VA - Thrash Metal by Vf0


Coletânea de thrash metal de fim de ano do vf0.
Um apanhado geral com Megadeth, Exodus, Slayer, Dark Angel e assim por diante...
Apreciem, quebrem a casa, divirtam-se.
Qualquer sugestão, crítica ou seja lá o que for, usem o chat box da direita ou comentem aqui embaixo.
Metal motherfuckers!!!!

As pessoas que não gostam de metal em geral insistem que todo metal é nada mais que poluição sonora para incansáveis adolescentes rebeldes, mas qualquer um que faça essa afirmação está seriamente desinformado. Existem muitos tipos diferentes de metal, assim como há diferentes tipos de jazz, blues, country e hip hop. E o metal teve numerosos artistas que por suas intensidades e agressividades, conseguiram mesmo assim serem altamente musicais, melódicos e intrincados. Isso é verdade para todos desde Iron Maiden e Metallica até Neurosis, e até mesmo algumas bandas no campo do death metal e black metal são relativamente melódicas (existem até sub-gêneros como melodic death metal e symphonic black metal). Mas o metal tem suas bordas externas, onde você encontrará os ferozes sons do Red Chord. "Clients", o segundo album desses residentes de Massachusetts, não pretende ser nem um pouco sutil. Combinando grindcore com death metal e metalcore, "Clients" é uma porrada de CD. Pancadaria sem perdão. Entre os vocais de Guy Kozowyk (que combina os guturais de death metal com os gritos do metalcore), Red Chord usa de máxima intensidade, e suas frequentes mudanças de tempo (que são feitas de uma maneira nervosa e espástica), fazem de "Clients" um exercício em assalto sensorial incondicional. Albuns desse extremo não são para qualquer um. Esse tipo de metal assim como free jazz, dancehall e alguns tipos extremos de techno, é um gosto que se adquire com o tempo. Aqueles que possuem gosto para metal extremo vão achar "Clients" muito bom e dentro dos padrões extremos este disco foi um tiro certo para essa turma de Revere.
Interesting band.

The Black Dahlia Murder - Deflorate


Muitos ainda têm uma visão antiquada do metal como um mundo bizonho, marginalizado e de estética retardada. Ainda, em verdade, sua jornada através do século 21 deu algumas guinadas estranhas e decisivas.
O death metal agora joga em dois campos, dividido por uma brecha de gerações ainda frequentemente co-existindo nos mesmos shows em uma espécie de trégua delicada: molecada da moda cheia de tatuagens de um lado, veteranos calejados em camisetas do Death ou Deicide firmes do outro. A linha divisória entre o deathcore e o death metal fica um tanto confusa às vezes, porém alguns indivíduos já dão um tom de separação em suas palavras e atos, nos shows ou até pela internet.
Para os ainda confusos sobre tudo isso, temos ainda o The Black Dahlia Murder pela frente. Essa trupe feiosa de Michigan, através de seus três albuns anteriores, conseguiu angariar fãs de ambos os lados do campo, simplesmente com sua máquina assassina de metal.
Como muitos albuns de metal marcantes daquela década, "Deflorate" bebe muito da fonte dos escandinavos At the Gates, particularmente pelo clássico "Slaughter of the Soul". A carta na manga do Black Dahlia Murder é sua habilidade de canalizar influências desde o death metal sueco, hardcore, thrash e metal tradicional em uma tempestade feroz hiperativa que miraculosamente equilibra-se tecnicamente com todas essas nuances.
Não há trégua nos 33 minutos massacrantes de "Deflorate", uma torrente de riffs malvados, solos dilacerantes e vocais gritados alternados com guturais. E mesmo que tudo isso esteja ficando ultrapassado, o que eles estão fazendo aqui é justamente pisar em qualquer nova tendência. Uma intensa experiência em death metal.
Plain brutal!

As I Lay Dying - An Ocean Between Us


O As I Lay Dying lançou seu disco de número quatro com o novo baixista Josh Gilbert, que entrou no lugar de Clint Norris (que deixou a banda para se casar e sossegar na vida). "An Ocean Between Us" veio com alguns aspectos latentes no som da banda: o hardcore violento continua no centro do som, assim como o par de guitarras de Nick Hipa e Phil Sgrosso. Tim Lambesis ainda é aqui o behemot gutural que sempre foi, mas Gilbert agora coloca vocais melódicos em alguns refrões, dando uma dinâmica maior ao som mesmo que custasse um tempo para os fãs se acostumarem com isso. "Forsaken" deve ter sido o maior choque, com seu sua puramente melódica porém majestosa introdução de metal clássico. A fúria aparece, com certeza, mas não antes de um minuto inteiro, e os riffs de abertura soam como pedaços do LP "Ride the Lightning" do Metallica. Quando chega no refrão, com Gilbert cantando melodicamente, chega quase a confundir. Há alguns outros momentos característicos no album, como a faixa título, que despeja puro peso. "Wrath Upon Ourselves" agrada os mais céticos com um peso animalesco e mesmo os vocais melódicos do refrão não soam tão chabi aqui. Mudança é inevitável na música assim como em todo o resto. Os elementos que fizeram As I Lay Dying tamanho sucesso metálico continuaram aqui, a base do som da banda. O que pode-se concluir deste disco é que: os membros do As I Lay Dying compreendem que o progresso é necessário para satisfação e sobrevivência. As composições deste album são de primeira linha, mais sofisticadas e ainda assim nada pretenciosas. No final essa nova textura que colocaram no som de um novo ar para a banda e para os fãs também.

Zao - The Funeral of God


Mesmo que a banda Zao seja conhecida por lançar uns albuns de metalcore bem medianos, "The Funeral of God" é definitivamente um dos melhores retratos do gênero todo. Simplesmente coloca de uma forma bacana essa onda de pseudo metal cristão (pode inverter a ordem de pseudo, metal e cristão que dá no mesmo) que ainda rolava, além do ainda saía também do metal padrão da época. Aquela repetição padrão dos breakdowns foi deixada de lado, as progressões de cordas são realmente criativas e os refrões são pegajosos no bom sentido.
Desde que o album saiu em 2004, um pouco antes de todo mundo achar que a banda ia dar uma de Norma Jean e lançar só mais um disco para ganhar uns trocos, "The Funeral of God" soa bastante criativo porque não deixou-se cair nas mesmices do estilo. Foi um album bem inovador que muitos imitadores falharam em recriar. Até mesmo Zao, nunca mais lançaram nada parecido com este album aqui.
A fusão de cordas limpas jazzísticas na fórmula é um detalhe bem bacana que o metalcore raramente vê. Faz com que as partes mais leves soem como boa música ao invés de "aquela parte menos pesada lá". É um dos estilos de escrita musical mais inovadores que pode-se encontrar nesse tipo de música, mesmo que o estilo do vocalista seja esse garganta rasgada monótono, você tem que admirar as estruturas musicais não ortodoxas das composições. Nada de "Metal By Numbers" aqui.
A última faixa, "Psalm of the City of Dead" poderia até ser colocada em um disco do Smashing Pumpkins com uns pianinhos a mais. Não é pretenciosa e também não mais uma faixa "Outro" ou estilo aquelas faixas escondidas que bandas como Dead to Fall não sabem o que fazer com os 40 minutos que sobraram lá. A participação especial do vocal feminino e as letras sombrias são meio forçadas, mas o som cresce em você depois de uma segunda escutada e a bizonhice acaba passando desapercebida (não se preocupe, não é que nem a Hayley Williams do Paramore quando apareceu em "The Fiance").
Zao é geralmente subestimado na cena metal e onde quer que eles ficassem conhecidos, ganharam uma reputação de banda medíocre. Meu conselho, nem escutem o resto da discografia deles, porque é medíocre mesmo. Caso achem o "Funeral of God" em alguma loja para vender comprem, metal pseudo cristão cheio de surpresinhas. Além do mais que então você pode entender a historinha do disco, que como album conceitual, fala sobre Deus ter se enchido da humanidade e vazado, a manolagem aqui na terra se quebra na porrada obviamente e depois ficam pedindo pra ele voltar.


CD porrada dos ativistas de Pittsburgh, Pennsylvania, um som complexo e não ortodoxo.
Combinando uma espécie de techno-libertário com um grindcore feroz eles deixariam qualquer banda de mathcore orgulhosa aqui.
Infelizmente, as faixas de "Critical Art Ensemble" ficaram um pouco pedantes. "Micro-Consuming Machines" encaixa em mais ou menos 3 minutos um riff mid-tempo malvadão caindo em um massacre tortuoso no final. "Gameboy" com sua bateria engasgada e guitas estilo serra-elétrica circulares são um protesto para a revolução robô proletária.
O encarte do CD, vem com um livreto em várias línguas que mostra como hackear os velhos cartuchos de Gameboy para instalar softwares mostrando os prazeres do sexo e masturbação, no maior estilo subversivo, porém doente demais.




Album de despedida da banda bem legal, daqueles que parece acabar rápido demais e você tem que tocar ele de novo. Uma pedrada na orelha.
As músicas falam de política e as frustrações do dia-a-dia.

Enewetak - Onward to Valhalla


Eu sei o que você deve estar pensando. Olhando para essa capinha viking bundeira. Barquinho pegando fogo e talz, e esse nome aí. Mais uma banda esquecida de black metal norueguesa , certo? Enewetak deve ser alguma deidade suméria obscura, e esses caras devem usar corpse paint e tocar teclados, certo?
Errado! São uns caras hardcore comuns de Orange County, CA, eles não tocam teclados e não falam de diablitos e bobeiras similares. Eles parecem bastante com Dystopia. Bastante. Considere clone ou não, a banda é bem legal. Brutal hardcore.

Bleeding Through - Bleeding Through


Em um primeiro momento, talvez o Gallows tenha ido muito longe quando incorporou passagens orquestrais completas no seu segundo album, "Grey Britain" de 2009. Uma coisa é ter ambição, outra coisa é comprometer a potência que fez seu nome em primeiro lugar porque você tinha orçamento para colocar uma seção de cordas por uma tarde. Então quando o sexto LP de estúdio do Bleeding Through abre com uma instrumental, "A Resurrection", os sinos do alarme começam a tocar.
Mas os híbridos de hardcore-metal de Orange County não seriam os que iriam manchar seus nomes sem uma boa razão, e a intro é só uma cortina de fumaça para a porradaria de "Anti-Hero". Quando a primeira estrofe de um album é “I want to suffer, I need to feel the pain and discontent”, o ouvinte pode ficar sossegado de que o que está por vir não é música clássica ou intelectual. "Anti-Hero" é uma abertura furiosamente agressiva, com riffs à la Slayer o sexteto descamba em um trabalho que a crítica aclamou com razão. Para quem gosta de música feroz, um prato cheio.
Depois de dez anos fazendo turnês e gravando, enchendo desde muquifos até chegar em lugares maiores, pode-se dizer que o Bleeding Through chegou a um tipo de contentamento. Os fãs estão lá, os discos vendem, trabalho feito. Mas a passagem do album anterior, "Declaration" de 2008, até este foi uma barra após o grupo separar-se do selo Trustkill. Antes do lançamento atrasado de "Declaration", o vocalista Brandan Schieppati encorajou a galera a "piratear" o album o máximo que pudessem. Olha a raivinha do indivíduo. Essa confusão toda também teve baixas para a banda, que perdeu o guitarrista Jona Weinhofen para a banda britânica de metalcore Bring Me the Horizon.
Para falar a verdade, aqueles não familiarizados com a natureza dramática do Bleeding Through e sua bem sucedida fusão de metal com hardcore, e também agora elementos de black e coisas mais, pode acabar escutando só barulho. O que destaca o grupo são complexidades cacofônicas que demandam respeito, uma fórmula que eles conseguem manter sem perder o foco.


No Use for a Name - Incognito


Primeiro album da banda lançado em 1991 pela New Red Archives. "Incognito" foi uma porrada hardcore com punhos cheios de metal. Naquela época o grupo era um trio composto por Tony Sly, Rory Koff e o baixista Steve Papoutsis. As melodias estavam no melhor, os ritmos eram empolgantes, a atitude raivosa e a atmosfera ameaçadora. Na parecida com Neurosis, "It Won´t Happen Again" eles estavam absolutamente ameaçadores, um grito distante do som que eles fazem agora. No entanto, há pistas da direção que tomariam no futuro. "Truth Hits Everybody" (cover de The Police) por exemplo, é rápida e furiosa em relação ao original, com uma melodia contagiosa e um refrão pegajoso. Os produtores Brett Gurewitz e Donell Cameron deram ao album todo um brilho, aparando as arestas e dando ao grupo um sentido mais coerente do qual a banda tinha na época. No Use for a Name ainda tinha um longo caminho a seguir, nesse ponto eles estavam mais para metal do que punk. Coisa que mudou e muito.

Mimi´s Art - Baixo


O baixo do Mimi explodiu na cara dele. Neste momento estava cortando o beiço dele fora.


Foo Fighters - Greatest Hits


Quase 15 anos depois de seu album de estréia, Foo Fighters lançou seu primeiro "Greatest Hits", uma retrospectiva de 15 faixas (16 se contar com a versão acústica de "Everlong") cobrindo seus seis albuns de 1995 a 2007. "Greatest Hits" não foi arranjado cronologicamente, o que não é um detrimento. No máximo, pulando e voltando nos anos só prova ainda mais o quão consistente os Foos foram, sempre mandando um rock direto com refrões pegajosos e bem sacados. As únicas exceções à regra são as duas faixas lo-fi "Big Me" e "This Is a Call", com "I´ll Stick Around" sendo uma inexplicável omissão nesta compilação ("Walking After You", "DOA", "Stacked Doctors" e "No Way Back" também ficaram de fora) as duas faixas são do album de estréia de 1995, quando a banda era só Dave Grohl gravando em casa. Tirando esses dois sons, o resto é todo muscular e potente rock moderno, coisa que os Foo Fighters quase que patentearam, com tamanha consistência que dá impressão dos albuns se misturarem, o que resultou em uma poderosa coletânea de sucessos.

Pink Floyd - Meddle


O Pink Floyd finalmente emergiu da fase "Atom Heart Mother" aqui, um período que parecia estagnado no crescimento musical deles, marcado por constante indecisão criativa. Eles tentaram mascarar isso colocando uma série de efeitos sonoros subliminares no LP "Atom Heart", e arrastando também ao vivo uma orquestra de metais para seus shows. Nada disso pareceu dar certo. Em "Meddle" o guitarrista David Gilmour não só confirma-se como a verdadeira força motriz da banda, mas o grupo todo deu sinais de voltar nos trilhos do crescimento mais ma vez.
A primeira faixa, "One of These Days" mantém-se na fórmula usual do Floyd (efeito sonoro, orgão, guita cria aquele clima depois cai no clímax), mas cada segmento da música é tão bem feito e a coisa toda converge tão perfeitamente que o resultado não tinha como ficar fraco, é uma abertura empolgante para o album. Em seguida, temos uma série de baladas viajantes como "Pillow of Winds", e a circense "San Tropez". Obviamente com uns efeitos loucos ao fundo. "Fearless" tem uma grande sacada com a inserção da clássica inglesa "You´ll Never Walk Alone" de Rodgers & Hammerstein nela, a famosa música da vitória da final da Copa Wembley. "Seamus" é o ponto baixo do album com um pseudo-blues bem chato.
"Echoes" é uma extravagância aural do Pink Floyd que toma o lado B inteiro no antigo LP, recaptura em uma nova montagem musical, alguns dos velhos temas e linhas melódicas dos albuns anteriores.
No geral "Meddle" foi outro clássico do Floyd, ainda difícil de superar.
Good music from the past.




Misery Signals - Controller


Com o lançamento de seu terceiro album, "Controller", no verão de 2008, Misery Signals de Milwaukee, mandou sua contribuição para o resto da cena metalcore, na saúde ou a doença, enquanto a cena gradualmente perdia popularidade para... quem se importa? E quem se importa mesmo, ambos o grupo ou os fãs podem perguntar, tratando-se de um sub-gênero desses. Apesar de tudo, "Controller" cumpriu até que relativamente bem sua tarefa no que se propôs. Com faixas típicas metalcore como "Nothing", "Labyrinthian", "Set In Motion" e "Homecoming" a coisa toda fluiu como deveria. Algumas vezes dá vontade que a banda relaxe um pouco, com o vocalista seguindo bem o instrumental por sinal, mas a falha de Devin Townsend como produtor aparece. Tudo ficou muito igual e previsível, tirando umas variações doidas estilo Meshuggah em "A Certain Death" e umas criações atmosféricas em "Coma" e "Reset", o resto todo é restrito e carece de nuances. O que dá uma certa pena é que os músicos são realmente bons.
Misery Signals parece bem senhor de seu destino aqui, mesmo que o estilo já não seja mais novidade alguma há tempos.
Average grade.



MIser S Contr vf0

The Number Twelve Looks Like You - Nuclear. Sad. Nuclear


Post de aniversário do meu amigo Caçula Demencis, para ele parar de escutar Raul um pouco.
Uma bela combinação de mathcore com grindcore, o Number Twelve Looks Like You aqui vem para irritar nerds e panacas em geral com um som maldito e maravilhoso.
Disco fodástico e compreensível para poucos.
Amazing album.



Mimi´s Art - Ácido ruim


Post de Halloween com uma viagem de ácido estragado pelo deserto maldito do Piauí. Duendes, bruxas e mosquitos da dengue assombrando geral.

Aproveitando o post, tenho notado uma ação cada vez mais presente do IFPI pela net, esses filhos de uma puta nada mais são do que lacaios do corporativismo e em geral lobistas da indústria fonográfica. O intuito é a tentativa de reinstituir a era medieval da música, que resumo em uma frase para os incautos:

"Dos 20 reais de um CD, somente 3 vão para o criador. O resto é investido para impedir que isto mude".

Abraço e até a próxima.

Homenagem a Redson - R.I.P.


É com muito pesar que escrevo esta pequena homenagem. Conheci o Redson há décadas atrás juntamente com seu irmão Pierre com o qual tive mais afinidade por todas as vezes em que estiveram em Curitiba. Vários shows memoráveis como aquele no Lemmys, dentre outros. Sempre com uma atitude positiva, mensagens de paz e criatividade. Uma honra dividir o palco e cantar junto no Hangar, até mesmo tocar uns covers no meio do repertório em gig com o Planetalixo.
Não vou discorrer aqui sobre a importância dele no punk nacional, disso todo mundo sabe. Mas lembro do Cólera clamando sobre ecologia, paz e direitos humanos em uma época em que ninguém na mídia dava a mínima e agora ficam fazendo festivaiszinhos em nome de sustentabilidade.
Redson nos ensinou o do it yourself, disse não à industria musical, manteve-se humilde e ainda assim deixou um grande legado. Este é o fim de uma era na música brasileira.
Muita força para meu amigo Pierre nesse momento difícil.
Vá em paz Redson, a paz pela qual tanto lutou.
Em nome do vf0 blog, banda Voto Nulo e Planetalixo (Curitiba).


"Às vezes tenho medo


Às vezes sinto minha mão

Presa pelo ar


E quando eu olho em volta


Encontro uma multidão


Presa pelo ar."

Houveram alguns monstros brutais na comunidade do metal através dos anos, mas após escutar este terceiro lançamento da banda do Tennessee Tony Danza Tapdance Extravaganza, entitulado "Danza III: The Series of Unfortunate Events" (parodiando Danzig), muitos irão concordar que poucos atingem a ferozidade desses jovens. Um massacre sonoro sem parar desde o início, o Tony Danza Tapdance Extravaganza (o que será que o verdadeiro Mr. Danza deve achar do nome da banda? hehehe.) estronda tudo até o máximo: em outras palavras, gritando de um jeito que arrebentaria qualquer corda vocal de um vocalista de metal regular, riffs de guitarra frenéticos que derrubariam pessoas de escadas e bateria milimetricamente pefeita no metrônomo, especialmente em violências como "Vicky Mayhem", "Passenger 57", "Suicide´s Best Friend", etc. Não demora muito para se perceber que a banda adora utilizar estruturas stop-start-stop-start nas músicas, até um ponto que chega a cansar um pouco. O que começa impressionando também decepciona no final, pois a banda não varia nada do começo ao fim, deixando o som no mínimo previsível.
Para fãs de metal extremo este é um disco que não decepciona de forma alguma.
Sick album!


Primeiríssima demo da banda lançada em 2003, o som cai em um gênero deathcore bem na época da nova onda do estilo. Essas demos testam bem as bandas e geralmente é aquele vai ou racha. Coisa que o Suicide Silence tirou de letra nesta aqui.
Esta é uma excelente demo de estréia, ótima através de suas 3 faixas e imediatamente remete que o Suicide Silence é uma banda jovem, talentosa e veio para ficar. São 3 faixas quase desconhecidas cheias de emoção, não há nada leve pela demo toda onde o som é lento e pesado ou rápido e brutal. Os gritos não aparecem aqui e os vocais são guturais.
A faixa de abertura, "Soak in Tears", dá o passo e o padrão repete-se pelo resto do album. Nada de extraordinário, mas um som bem legal no estilo com um breakdown bem característico. As outras duas faixas, "Victim of Tragedy" e "Stand Strong", também possuem a mesma quantidade de velocidade mas com atmosferas raras para o estilo deathcore.
A demo também mostra um lado da banda que acabou esquecido nos albuns, como as variações de "Stand Strong".
Poucas coisas desapontam aqui, uma delas obviamente é ter apenas 3 músicas. O que é realmente desculpável pois trata-se de uma demo. Outras coisas pelo contrário mostram uma banda até melhor do que tornou-se, mais aí caímos no âmbito do gosto pessoal de cada um.
Boa fundação para uma banda que consagrou-se no gênero e mostrou esperança para outras.
Recommended.

Deftones - Saturday Night Wrist


Três longos anos após o Deftones lançar seu auto-intitulado de reviews boas e ruins, o quinteto de Sacramento voltou com "Saturday Night Wrist", gravações que no futuro jogaram lama sobre o que eles eram e o que estavam tentando fazer. Depois do grande sucesso metálico de "Around the Fur", a banda confundiu a crítica e os fãs com o mais leve e aventuroso "White Pony". Em 2003 eles transgrediram ainda mais a expectativa encaixotada e dita normal com seu album auto-intitulado, que parecia andar na linha entre o roqueiro e o sensível. Mas é "Saturday Night Wrist" que preenche o retrato, sangrando através de texturas entre um rock & roll e outro e terminando com algo além porém ainda bem a cara Deftones. O album começou com uma questão e um conflito em dicidir um produtor. Já trabalhando com o produtor de hip hop Dan the Automator, após algum drama interno a banda decidiu pelo veterano Bob Ezrin. Ezrin valeu a pena de várias maneiras: essas canções, diversas como ficaram, são disciplinadas sonoricamente apesar de tudo. Elas têm toda a tensão e dinamismo, todo o imediatismo de antes, mas a mistura é espaçosa, e o vocal de Chino Moreno eleva-se sobre o todo. Dito isso, os vocais foram produzidos por Shaun Lopez do Far. A parede de som de guitarras transita entre um rock mais pesado e metálico e um indie rock anguloso, espiralando tudo junto no final. Vide a faixa de abertura, e single, "Hole in the Earth". Começa com uma parede de guitarras distorcidas trovejantes enfatizadas por rim shots e fogo de pratos antes de dar passagem para uma figura de esquelética de seis cordas que parece que mal irá suportar os vocais de Moreno, que combina uma euforia de um mais jovem e menos pretencioso Bono com o ataque, bem, de Deftones mesmo. As guitarras ecoam e sussurram por todo o fundo enquanto Moreno paira sobre elas, até que voltem com o porrada para trazê-lo de volta.
Uma batera bem agressiva e guitarras distorcidas anunciam "Rapture", enquanto Moreno cospe e grita as letras. Até aqui, o ataque é direto enquanto se retorce todo em cantos pontudos e mudanças rítmicas. Há uns dubs digitais matadores colocados em "Cherry Waves", dando ao som um efeito de psicodelismo abençoado enquanto a banda casa uma putaria de Smahing Pumpkins antigo, com os grandes riffs abertos de Jane´s Addiction, e o melhor cintilar do U2 enquanto joga tudo em um compasso de oito tempos da "Overture" de "Tommy" do The Who. Poderia dar em uma grande zona, mas funcionou maravilhosamente bem. Serj Tankian do System of a Down ajuda com vocais adicionais em "Mein" e Annie Hardy do Giant Drag em "Pink Cellphone" (que nome mais idiota). O space pop pingado que é "Xerces" mostra Moreno respirando um pouco perto demais de Billy Corgan para se acomodar nos versos. As guitarras esmirilhantes em "Rats!Rats!Rats!" são uma mudança de textura bem vinda, e os esmagadores verso e refrão são malvadões. O ataque rock mais direto vem em "Kimdracula", com seu riff de baixo pulsante e guitarras ressaltantes; empurra Moreno um pouco além do tom para adequar-se com o som.
No geral, "Saturday Night Wrist" é satisfatório, entretanto demora algumas ouvidas para pegar o gosto devido às mudanças e pirações todas que tendem a misturarem-se nas primeiras vezes. O melhor de tudo, foi que o Deftones mais uma vez fez seu próprio som característico apesar da história toda envolvendo o album. Tem bastante coisa para os que não conhecem muito a banda reclamarem também.
Beautiful and timeless.

Pantera - Power Metal


Também conhecida como banda Paquera, a verdadeira face dos queima roscas racistas do Texas. Este é um dos albuns que eles tentam esconder mas seus permanentes não deixaram. "Power Metal" foi o primeiro com a desvairada Phil Anselma nos vocais, suas letras no auge do ridículo e mais clichés impossível.
O som é bem power metal anos 80, com Dimebag Darrel mandando riffs como se fizesse parte do Lizzy Borden. Além disso temos os sons roubados do Exhorder que não podemos esquecer.
E dá-lhe gritinhos. Uauuuuuuuu!!!
Dont look at my haaaaaiiir!!!

King Diamond - "Them"


Este post vai para o Mimi, após pedir para postar King Diamond por tanto tempo no msn. Ok, vamos para a uma resenha rápida.
Após o incrível sucesso de seu segundo álbum solo, e a primeira empreitada conceitual, "Abigail", King Diamond começou a trabalhar quase imediatamente em sua próxima aventura gótica extravagante em 1988 com "Them". Desta vez, ele insere-se entre os personagens da história, que também inclui sua mãe, irmã mais nova, uma casa assombrada (naturalmente), e, mais inesperadamente, uma avó louca cujo retorno de uma longa estadia no manicômio (famosamente anunciada pelos gritos de abertura quase hilariantes de "Grandmaaaa!!!" em "Welcome Home") precipitam os atos sobrenaturais de possessão, assassinato e loucura que movem o conto adiante. Também dignos de nota são os novos músicos que juntaram-se a King Diamond nesse projeto. Afinal, a substituição do guitarrista Michael Denner e o baixista Timi Hansen por Pete Blakk e Hal Patino, respectivamente, sinalizou a ruptura final de King com sua antiga banda, Mercyful Fate. Agora, de volta à música: o co-compositor Andy LaRocque mais uma vez manda distintos, riffs semi-thrash, harmonias majestosas, e passagens de solo inventivos para momentos de destaque como em "The Invisible Guests""Tea" e "Twilight Symphony", mas nas pequenas nuances tais como a quebra acústica em "A Broken Spell" e os opressivos clavicordes sintetizados ouvidos em "The Accusation Chair" que dão à história de "Them" sua satisfatoriamente complexa personalidade.
Para resumir, o album acabou vendendo mais que "Abigail" apesar dos fãs de carteirinha acharem este um disco inferior.
Grandmaaaaaaaaaaa!!!


Ahhhh derrentendooooooooo!!! Dorga estragadaaaaa!!!!

Tourniquet - Pathogenic Ocular Dissonance


"Pathogenic Ocular Dissonance" da banda de metal cristão Tourniquet, originalmente lançado em 1992, é um album estranho, obscuro e complexo. O terceiro lançado pela banda e o último com o vocalista Guy Ritter que deixou a banda após gravar o album. Guy estava insatisfeito com o direcionamento agressivo que a banda tomou. Tourniquet é uma banda fantástica e há muito ignorada, fez um dos mais criativos albuns de thrash metal jamais lançados neste aqui. 
Esta versão inclui como faixa bonus um cover do Trouble pesadíssimo, "The Tempter". De qualquer forma um trabalho brilhante, provavelmente o melhor do Tourniquet.
A great album by an innovative band.

Marty Friedman - Dragon´s Kiss


O ex guitarrista do Cacophony, Marty Friedman, libera sua fúria virtuosística no excelente "Dragon´s Kiss", que talvez até hoje seja a melhor amostra de seus talentos solo. Mandando suas sensibilidades heavy metal supersaturadas com textura, imaginação, e uma queda pelo exótico, Friedman provou ser um distinto solista metal. Este esforço todo instrumental marca o fim de uma fase de Friedman mais indulgente e progressivo, porque ele foi logo recrutado pelo Megadeth logo após este album e as influências em "Rust in Peace" aparecem bem.
A classic shred album.

Yngwie Malmsteen - Facing the Animal


O perfil público de Yngwie Malmsteen nunca recuperou-se da caída no grunge até então, mas não significou que sua música declinou com sua popularidade. Para fazer justiça, "Magnum Opus" e "Inspiration" foram um pouco fracos, mas "Seventh Sign" mostrou sinais de vida. Aquele album foi onde Malmsteen explorou o blues, e "Facing the Animal" ocasionalmente mostra o artista capturando aquela energia em seu familiar estilo metal neo-clássico. Tudo no album é previsível, das mais pesadas às baladas, mesmo que algumas passagens soem um pouco cansadas, a maioria das gravações são mais fortes do que qualquer coisa feita por ele em anos. Para os fãs mais dedicados dele, boas novas na época.
Neoclassmyass.

Ratos De Porão - Anarkophobia - Brasil (1990)

O que falar de Ratos? Ou pra ser mais exato, o que falar de Anarkophobia? Gravado em 1990, sendo o 5° álbum da dessa banda que sempre fez um som fodido. Ratos já estavam numa fase mais crossover, não era mais o som 'punk cru' como o de início. Banda que desde o início faz um trabalho dos bons, todo material compensa ser ouvido, destaco Anarkophobia, dos álbuns que não podem deixar de serem ouvidos, considero o melhor, desde o início, por completo, álbum esse que puxo o saco fácil, uma das maravilhas musicais que é preciso ser ouvida, mas dando fim ao blablabla...contém também o cover 'Commando' dos Ramones, que pra ser sincero, preferi bem mais essa versão dos Ratos. Letras com grande conteúdo refletivo, como por exemplo críticas sobre a Igreja Universal, Deus e etc.. assuntos esses que causam grande polêmica num país que tem em sua maioria da população religiosos de 'carteirinha' e que muitas vezes pra completar são intolerantes à ponto de fazerem vingança com as próprias em nome de seu 'deus' e que continuam sendo iludidos por um bando de mal-caráter que só querem o teu dinheiro, te ludibriando com idéias de uma vida eterna e linda, mas só se tu pagar por isso..PORRA! TÁ FÁCIL NÃO HEIN! dízimos, promessas, salvação, vida eterna, paz...ish! Enfim, ouça e tire tua própria 'conclusão', sinta o som, reflita sei lá...


Mimi´s Art - Planta Carnívora


Medo!


Gordian Knot - Gordian Knot


Projetos cheios de "fodões" geralmente adicionam quase nada, mas o auto-intitulado do Gordian Knot revelou-se um dos melhores albuns de rock progressivo dos últimos anos do segundo milênio. E isso graças ao fato de que Sean Malone tomou as rédeas, conduzindo o projeto para seu objetivo de fazer músicas instrumentais refinadamente guiadas pela guitarra. Malone tinha um retrospecto de metal progressivo, e também vários de seus convidados (Sean Reinert baterista do Cynic, Trey Gunn guitarrista do King Crimson, John Myung baixista do Dream Theater, além de Ron Jarzombek e Glenn Snelwar). E mesmo assim o album tem apenas um par de faixas que podem ser qualificadas como metal ("Rivers Dancing" e "Singularity"). O resto todo cai no estilo de guitarra de tipos como David Torn e Robert Fripp. "Galois" abre o set com um plano de fundo sedutor. "Code/Anticode" é o principal destaque do album, um inteligente rock progressivo com com uma sólida seção rítmica e uma cativante melodia modal. "Reflections" consegue fazer um ameaçador verso de metal e um refrão de violão clássico andarem de mãos dadas como dois namorados. "Srikara Tal" e "Redemption´s Way" trabalham como uma base de solo sobre um fundo de percussão levemente norte-africana. Elas parecem um pouco extensas, mas o trabalho de guitarras adornando-as vale a longa duração. O album finaliza com "Grace", uma delicada balada tocada no Chapman stick que dissolve-se em paisagens sonoras que leva os ouvintes de volta ao ponto de onde começaram. Se não fosse por uma duas faixas super extensas e auto-indulgentes, este album seria uma obra prima. Do jeito que é, ainda merece atenção de qualquer fã de guitarra.
Technical and beautiful music.

Bruford - Feels Good to Me


Este é o primeiro registro solo do baterista Bill Bruford depois da morte do King Crimson. "Feels Good to Me" vai bem além dos usuais conceitos do prog da época, e entra completamente nas estruturas de composição e dinâmicas de improvisação do jazz. Aqui ele cerca-se de vários parceiros da cena de Canterbury; os guitarristas Allan Holdsworth (Soft Machine e Tony Williams´ Lifetime) e John Goodsall (Brand X), o baixista Jeff Berlin, o tecladista Dave Stewart e o excepcional tocador de flugelhorn da ECM Kenny Wheeler. Ele também recrutou o enigmático talento vocal da poetisa, cantora e compositora Annette Peacock.
A abertura, "Beelzebub", vem com um furioso trabalho de staccato. Holdsworth troca compassos com Bruford e Berlin executa linhas de baixo em loop enquanto Stewart pinta o quadro no orgão e no sintetizador. Amarra-se e pára de repente antes de cair em um belo solo de Holdsworth  resumindo-se em um reagrupamento e retomada do tema. "Back to the Beginning" apresenta uma das quatro performances vocais de Peacock. É um som jazz; funkeado, sincopado, pesado e carregado liricamente em groove e métrica. É uma música sobre vícios, e dado o tratamento suntuoso de Peacock, é difícil dizer se são químicos, materiais ou sexuais. A banda tenta bastante trabalhar atrás da cantora mas não consegue deixar de ofuscá-la.
Na de duas partes "Seems Like a Lifetime Ago", a esquizofrenia musical toma conta. Após uma colorida inrodução pastoral, Peacock aterrisa belamente através da letra de Bruford sobre solidão e divagação acompanhada por um lindo solo de Wheeler. A "Part Two" começa com o estribilho dela e a banda decolando para partes desconhecidas. Ritmos funkeados complicados chamam a guitarra de Holdsworth direto para cima da bateria frenética de Bruford. Eles desafiam-se dinamicamente enquanto o resto da seção rítmica dança nervosamente ao redor deles. Holdsworth finalmente toma a frente e toca um solo nada mais que fascinante, dando espaço para uma retomada do tema e Bruford abrindo a estrutura harmônica trazendo-a para um fechamento transcendente dois minutos depois. As seis instrumentais do album são certeiras: englobam quebradas de improvisação aos limites dos padrões composicionais ao invés de vice-versa. A mais bela, "Either End of August", apresenta Stewart e Wheeler tocando solos não usuais porém melódicos que casam uns com os outros enquanto o resto da banda luta para deixar o drama fora da música. Eles não têm sucesso completo nisso e a faixa fica ainda melhor com isso.
O set fecha com "Adios a la Pasada", uma colaboração entre Peacock e Bruford. É o tema favorito de Peacock: sair de uma relação de amor perdido e ainda assim manter o coração aberto depois. A abertura é morna e estranha, vestida com teclados sussurrados e o baixo assombrando cada palavra da artista. Então Bruford majestosamente lidera a banda, fluindo para dentro do coração da letra dela,  "What it is/Is this/Is what it is/Forgive yourselves/Release yourselves from the past." A música abre uma completamente nova dimensão sonora, como se a história, musical e emocional fossem reescritas. E foram. É difícil dizer se Bruford lançou mais algum registro solo tão poderoso quanto "Feels Good to Me".
A terrific debut by Bruford.

U.K. - Danger Money


Segundo e último album de estúdio da banda com Terry Bozzio assumindo a bateria. O som apresenta um trabalho excepcional de sintetizadores por Eddie Jobson e baixo e vocal de John Wetton.
Mesmo não sendo tão forte como seu predecessor auto-intitulado, continua uma deliciosa fatia do rock progressivo dos anos 70 (apesar da capa desanimadora).
Dangerously well played.


Garota fantasma com caganeira. Escatologia do além.

Yes - 90125 [Remastered Expanded Edition]


Uma surpreendente reinvenção de uma banda que muitos davam como morta, "90125" foi o album que introduziu uma nova geração inteira para o Yes. Começou como Cinema, uma banda nova de Chris Squire e Alan White, o projeto cresceu até incluir a produção esperta de Trevor Horn, o sangue novo (e distintivo som de guitarra dos anos 80) de Trevor Rabin, e de lambuja os vocais marcantes do fundador que retornava Jon Anderson. Sua reinclusão garantiu que Rabin e Horn tivessem uma inflência pesada no som. O album também marcou o retorno do tecladista prodígio Tony Kaye, que descascou um trabalho de sintetizadores em "Changes" marcando uma quebra definitiva da banda com suas raízes arte rock. "Owner of a Lonely Heart" foi um imenso sucesso em vários âmbitos, e sua quebrada orquestral foi sampleada largamente por rappers desde então. As harmonias vocais de "Leave It" e a lindamente fundada "Hearts" são destaques adicionais, apesar de não haver alguma faixa relamente ruim para citar.
The 80s re-born.

Rush - Caress of Steel

Quando Rush terminou seu terceiro album, "Caress of Steel", o trio tinha certeza que criou sua maior obra prima. Mas quando o album caiu das paradas logo após o lançamento, ficou provado outra coisa. Ainda que tenha sido o primeiro lançamento do Rush que explorou completamente seu lado rock progressivo, ele não contém os cativantes e mais tradicionais elementos de seu trabalho popular posterior. Frequentemente é muito pretencioso e indulgente para uma audiência de rock mainstream apegar-se. E mesmo que o Rush tenha sido excelente em compor longas canções, as duas músicas grandes do album, "The Necromancer" de 12 minutos e meio e "The Fountain of Lamneth" de quase 20, mostram que a banda ainda estava longe de aperfeiçoar o formato. O lado A do antigo vinil contém duas faixas fortes e mais sucintas, a abertura empolgante, "Bastille Day", e a mais relaxada "Lakeside Park", ambas as quais tornariam-se parte do repertório da banda para shows nos anos 70. Mas a fraquíssima "I Think I´m Going Bald" (que liricamente lida com o envelhecer) beira o ridículo, o que confirma que "Caress of Steel" é um dos albuns mais fora de foco do Rush.
Maybe underrated, whatever.


Devo - Freedom of Choice


Com "Freedom of Choice", Devo completou sua transição para um grupo de synth-pop amadurecido, produzindo seu esforço mais musicalmente coesivo no processo. Os sintetizadores passaram a ser totalmente integrados no som da banda, frequentemente dominando os arranjos e pelo menos dividindo igual espaço com as guitarras. Tudo é tocado com uma polidez e precisão bem legal que reflete a uniformidade estilizada no visual da banda. A dissonância é mais controlada que no passado, e os ritmos tensos deixaram de ser tão perturbadores, ao invés disso colocando a banda em prumo. Estranhamente, mesmo que a música seja a menos humanamente tocada que o Devo jamais produziu, as observações sociais deles estavam crescendo menos insulares e mais empáticas. Vários sons (como a frequentemente copiada "Girl U Want") têm uma angústia romântica nerd que era novidade nos albuns do Devo, mesmo que a visão da banda sobre relacionamentos seja ocasionalmente colorida pelos seus temas culturais de competição e dominação. Essas preocupações dão a pista para o single de sucesso que veio no disco, "Whip It", apesar de em todo o resto, eles estarem encontrando conexão suficiente com o resto do mundo para moderar seus cinismos, pelo menos um pouco. Músicas como "Gates of Steel", "Planet Earth" e a faixa título revelam um idealismo frustrado por trás de suas ironias, um idealismo que não consegue entender por quê os americanos não fazem mais uso de suas liberdades para encontrar felicidade. No geral, há um pouco menos da energia do começo, e também um pouco menos de variedade. Mas as letras estão em um nível de consistente qualidade, e mais adiante, a música de "Freedom of Choice" é o som que define Devo na mente de muitos. Para finalizar, um album essencial para qualquer coleção.
I love Devo fck yea!

Rollins Band - Weight


Em "Weight", Rollins Band consegue misturar punk, jazz e progressivo transformado tudo em um hard rock/metal bem doido. As letras de Henry Rollins também começaram a sair de sua implacável auto-crítica, dando um toque de humor à sua auto-flagelação. A nova dimensão lírica acabou dando uma profundidade maior ao som da banda, fazendo de "Weight" o melhor album deles até então.
Though Rollins as usual.

O espantalho do mal das colheitas malditas do Piaui.

Jane´s Addiction - Strays


Mais de duas décadas atrás, Jane´s Addiction emergiu da bagunçada cena punk/metal/glam de Los Angeles como uma bola de sons e imagens mutantes. Liderada pelo enigmático Perry Farrel, a banda lançou-se à frente com sua mistura única de influências musicais, abrindo caminho para o gênero que tornaria-se conhecido como alternativo.
Uma breve carreira se encerrava enquanto a banda desmontava-se em uma névoa de drogas e amargura, deixando somente um punhado de registros (com uma impressionante reputação entretanto) como legado. A importância de Janes´s Addiction para a germinação da música dos anos 90 é uma dádiva, e é surpreendentemente irônico que o grupo não estivesse em pé tempo suficiente para aproveitar os resultados. Depois do grupo desmanchar-se, Farrel formou o Porno For Pyros com o baterista Stephen Perkins, e alavancou o conceito do bem sucedido festival Lollapalooza. O baixista Eric Avery buscou outros interesses, enquanto o guitarrista Dave Navarro focou-se em seu talento como membro substituto no Red Hot Chili Peppers (A relação incestuosa entre Jane´s e Peppers continuou, até o ás baixista dos Chili, Flea juntou-se a Navarro, Farrel e Perkins por um breve período em 1997).
Após tão extenso período de tempo separados, parecia pouco provável que Jane´s Addiction se reconciliaria para gravar um novo album, tão pouco produzir um belo trabalho como "Strays". Foi exatamente o que a banda fez.
Mais velhos, mais maduros, mais tolerantes, e em geral mais limpos, Farrell, Navarro e Perkins juntaram forças com o baixista Chris Chaney na versão novo milênio de seu reverenciado grupo (Avery preferiu não voltar grande parte por suas pendengas ainda existentes com Farrell). Enquanto os fãs leais ficaram felicíssimos com o novo disco, ele foi um salto à frente do Jane´s Addiction que as pessoas conheciam e amavam de muitos anos atrás.
Talvez um sinal do amadurecimento do grupo, talvez meramente um reflexo dos novos tempos, "Strays" é um album de rock feito a nível de expert, com uma latente falta da sensibilidade alternativa da Jane´s do início. O choro agudo atormentado de Farrell se foi, substituído ao invés por vocais mais ricos e cheios de emoção. O estilo poderoso porém limitado de Navarro amadureceu em riffs pesados mais ornamentados remanescentes dos melhores trabalhos de Slash. A bateria de Perkins é complementada pelo alto nível de estúdio de Chaney, fazendo assim uma fundação rítmica precisa. Adicione à mistura os talentos monstruosos de Bob Ezrin na produção, o resultado final acaba sendo "Strays".
A visão e as letras de Farrell sempre foram a força guia por trás dos sucessos gravados da banda, particularmente o aclamado album "Ritual de lo Habitual". Há lembranças do som tradicional da Jane´s nas novas canções "Price I Pay" e "Everybody´s Friend", onde a sensibilidade de Farrell é enfatizada pela familiar melancolia, fazendo esse par de faixas ficar o mais perto do Jane´s antigo do que qualquer outra em "Strays". Mesmo que o conteúdo lírico do album seja consistentemente forte, as nove faixas restantes adquirem verdadeira vida através do eletrizante trabalho de guitarra de Navarro. "True Nature" e "Just Because" podem ter sido mais visíveis por causa da exposição de radio/video, mas "Superhero" e "Wrong Girl" servem como a revelação do guitarrista, enquanto ele impressiona os ouvintes com uma superba execução e estampa o album com seu distinto estilo pesado.
Até mesmo Perkins teve a chance de curtir estar sob os holofotes, quando sua feroz bateria abre caminho em "Hypersonic", três minutos e meio de boa música veloz. É facilmente a faixa mais dinâmica das 11 oferecidas.
No começo dos 90, comparações entre Jane´s Addiction e bandas de rock pesadas poderiam ser vistas como heresias de música alternativa. Dito isso, essa nova encarnação da banda, com seu som mais orientado para os riffs, lembra mais de perto a destreza original de Led Zeppelin do que qualquer coisa da era original da Jane´s.
O album de qualquer forma recebeu críticas positivas em geral e serviu como um reencontro longamente esperado pelos fãs. Além do mais, mostrou um amadurecimento da banda em vários sentidos, inclusive entre eles mesmos e suas desavenças do passado.
This addiction isn´t bad for you.


Nat King Cole - Nat King Cole Sings/George Shearing Plays


Mesmo que teria sido mais interessante escutar Nat Cole tocar o piano e talvez acompanhar um vocal de George Shearing ao invés de exclusivamente da outra maneira, esta sessão gravada foi um grande sucesso. Cole está em plena forma em canções como "September Song", "Pick Yourself Up" e "Serenata". O acompanhamento de Shearing é de bom gosto e um pouco suingado, os arranjos de cordas ajudam a acentuar os climas românticos.
Som de macho.
An album for the ages.

  


Para conseguir mais liberdade musical, Charles assinou com a ABC Paramount e conseguiu tirar vantagem de seu contrato de "cláusula de liberdade artística" com esta coleção de velhos clássicos country repaginados. Cobrindo um período de 1939 até o começo dos anos 60, as 12 faixas aqui tocam um tempo antigo ("It Makes No Difference To Me Now" de Floy Tillman), honky tonk (três canções de Hank Williams), e os primeiros countrypolitanos ("I Can´t Stop Loving You" de Don Gibson). Além de uma subida ao Top Ten com "You Don´t Know Me" de Eddy Arnold, o cover de Don Gibson foi o que realmente manteve Ray no topo das paradas por quase três mese e lhe trouxe fama internacional. Um album com performances únicas e imortais.
Old but still unique.