Esta estranha antologia das seleções relançamentos da Atlantic de trios data gravações da década de 60 (apesar de ter sido lançado nos 70) de Chick Corea, Herbie Hancock, Keith Jarret além de algumas primeiras gravações talvez difíceis de se obter de McCoy Tyner. Jarret toca com Charlie Haden e Paul Motian em duas originais, ambas mostram óbvia influência de Bill Evans. Chick Corea é acompanhado de Steve Swallow (no baixo acústico ao invés do baixo elétrico que ele passou a tocar pouco tempo depois) e Joe Chambers."Tones for Joan´s Bones" do pianista é bem swingada, mas nada comparável aos seus trabalhos nas décadas seguintes. A próxima música dele é "This Is New" retrabalhada com Joe Farrel e Woody Shaw, ambas as faixas apresentam influência de Bill Evans também. As seleções com Herbie Hancock na verdade vêm do tempo de Ron Carter como líder (com Billy Cobham fechando o trio), mas esses números estão para o líder assim como para Hancock. São as passagens menos interessantes desta coletânea. As faixas de Tyner foram registradas no fim de sua terceira sessão de estúdio com John Coltrane, mesmo que ele já tinha tocado em encontros ao vivo antes com o saxofonista (apesar de nenhum deles terem sido gravados para lançamento comercial). Por não ter mais informações no encarte, uma fica para adivinhar de quem foi a idéia de deixar Coltrane de fora, mas Tyner faz um trabalho de crédito com "Lazy Bird" do artista sem seu líder e põe seu distinto carimbo em "In Your Own Sweet Way" de Dave Brubeck. Essas duas raras seleções provam ser o motivo maior para se comprar este CD.
For jazz lovers.

Pat Metheny - New Chautauqua


Quando "New Chautauqua" de Pat Matheny apareceu pela primeira vez em 1979, era seu terceiro album pela ECM, e foi aclamado principalmente pela força de sua faixa título, uma dança folk eufórica, acelerada, com várias camadas de seis cordas e baixo. Seus dois lançamentos prévios pelo selo, "Bright Size Life" e "Watercolors", apresentaram-no em companhia de outros músicos. Ambos caíram nas graças da crítica e venderam bem em cidades universitárias pelos Estados Unidos e Europa. Mas este volume foi seu primeiro verdadeiro album solo em que tocou todas as cordas na gravação. Ao mesmo tempo bem indicativo da marca registrada de Metheny o título seguia a mesma linha, o resto foi um completo choque para os fãs. Ele é bem esparso, amplo e bem contemplativo. Produzido por Manfred Eicher, "New Chautauqua" foi, na época, bem mais indicativo de um som da ECM do que do guitarrista. Em um retrospecto do século 21, essa impressão prova-se errada. Reconsiderando o album sobre seu relançamento em 2008 como parte do orçamento das séries da Touchstone, ele soa mais como uma extensão da complexa e variada personalidade musical de Metheny do que qualquer coisa. Seu grande débito com guitarristas desde Jim Hall e Pat Martino na faixa título e em "Daybreak", diminui, e fica mais balanceado pela sensibilidade melódica impressionista no estilo Paul Bley e Jimmy Giuffre em "Long Ago Child / Fallen Star", depois John Lennon e Paul McCartney em "Hermitage", por fim seu mentor Gary Burton em "Sueno con Mexico". Este é um album bem gentil e contemplativo mas há tanto acontecendo por debaixo da superfície nas seis, 12 e quinze cordas fora o baixo, que a audição torna-se quase indutora de transe. Se algum dos primeiros albuns de Metheny merece ser reconsiderado, bastante coisa pode ser dita sobre o esqueleto deste morto aqui, uma bela obra.
Mellow Metheny.

Mimi´s Art - Klara



Klara a boneca dorgada do Piaui.

Jaco Pastorius - Jaco Pastorius


É impossível ouvir o album de estréia de Jaco Pastorius hoje em dia como soava em seu primeiro lançamento em 1976. A faixa de abertura, sua transcrição para baixo elétrico sem trastes do padrão bebop de "Donna Lee", foi um manifesto de virtuosismo. A próxima faixa, a celebração funk-soul "Come On, Come Over" foi uma dedada nos olhos dos ensobes do jazz e uma carta de amor para os grandes do R&B da década anterior (dois deles, Sam & Dave, cantam na faixa). "Continuum" foi uma visão espacial cheia de efeito chorus dos anos que estava para passar tocando com Weather Report. O programa continua assim pelos três quartos de hora, cada faixa apontando em uma diferente direção, uma obra prima cada uma que poderia ser uma orgulhosa conquista para qualquer músico. O que fez Jaco tão excepcional é que ele foi responsável por todas elas, e este foi seu album de estréia. Além de sua técnica fenomenal de baixo e suas surpreendentemente maduras sacadas de composição (ele tinha 24 quando este album foi lançado), havia uma audácia de tirar o fôlego em seus arranjos: "Okonkole Y Trompa" foi escrita para baixo elétrico, trompa e percussão; "Speak Like a Child" que Pastorius compôs em colaboração com o pianista Herbie Hancock, apresenta uma arranjo de cordas de Pastorius que merece séria atenção por si. Para um homem com essa espécie de criatividade caleidoscópica manter-se são era talvez pedir demais. Sua gradual decadência na loucura e a eventual morte trágica são agora histórias familiares, o que faz a brilhante promessa deste album de estréia uma doce e amarga lembrança. (Este relançamento remasterizado adiciona duas faixas ao programa original: tomadas alternativas de "(Used to Be a) Cha Cha" e "6/4 Jam".
Enormous lesson in bass.



Death - The Sound of Perseverance


Que nome melhor para uma banda de metal? Especialmente uma concentrada tão fixamente no sopro final da vida? O massacre sonoro que caracterizou a carreira do homem principal Chuck Schuldiner (R.I.P.) é um dos mais celebrados no desenvolvimento do death metal como um subgênero do thrash. Death foi o papai desse estilo matador de guitarras, e qualquer um com mesmo um vago desejo de praticar o metal extremo, desde Carcass até Deicide, de Obituary a Cannibal Corpse, deverá confessar que a raquete do diabo (guitarra) de Schuldiner lhes influenciou.
Formado em 1987, Death iria abrir caminho por uma trilha que ninguém se imaginaria seguindo, death metal! Sim, eles foram os pais fundadores do death metal progressivo e "The Sound of Perseverance" seria a jóia da coroa, infelizmente este seria seu último lançamento.
Lançado em 1998, "The Sound of Perseverance" foi um dos primeiros espécimes desse subgênero. Este album também apresentou uma nova formação com Shannon Hamm na guitarra, Richard Christy na bateria e Scott Clendenin no baixo. Uma lição tratando-se de death metal virtuose (sim, virtuose mesmo). Sim, não tem o estilo neo clássico de tocar que também caracteriza a palavra virtuose, mas para um subgênero feito quase que inteiramente de vocais guturais, baterias massacrantes e riffs metralhadoras não é errado chamar "The Sound of Perseverance" de um album pioneiro nesse virtuosismo ao contrário da grande maioria dos albuns da época. Músicas como "Scavenger of Human Sorrow", "Spirit Crusher", "A Moment of Clarity" e "Flesh and the Power It Holds" irão mais do que provar meu ponto! "Scavenger of Human Sorrow" é uma superba abertura para um superbo album! Ouça as mudanças de tempo no meio da música que começa com uma linha de baixo bem jazzística (e sim! também não seria errado adicionar a palavra jazz!). O mesmo vai para a superba "Spirit Crusher"! Com uma introdução de baixo bem jazzística, "Spirit Crusher" soa mais como um número instrumental em seus primeiros segundos mas na realidade é outra coisa. O que é mais legal nessa música são as mudanças de tempo súbitas crescendo para o refrão principal. "Voice of the Soul" é um brilhante número instrumental e soa mais como se fosse o próprio requiem de Chuck Schuldiner, não estou blefando, ao passo que você vai escutando mais atentamente você também sentirá o mesmo. O album encerra com o cover de Judas Priest magnum opus "Pain Killer"! Nessa versão cover, Chuck Schuldiner está em sua melhor forma de trincar vidros tratando-se de vocais e guitarras (sem trocadilhos). O resto da banda nem precisa dizer nada, estronda!
"The Sound of Perseverance" foi o último lançamento oficial do Death. Que grande pena para uma super talentosa banda acabar sua carreira tão cedo! Mas, podemos nos consolar no fato de que o Death "morreu" após nos dar tamanho clássico que ninguém de nós pode discordar!
In Loving Memory of Chuck Schuldiner (1970-2001).


Honestamente, sempre suspeito de artistas de jazz que tentam refazer versões de rock. Ou eles vão em direções de tangentes irreconhecíveis, ou as canções acabam em mornas músicas de elevador. Este esforço de BeatleJazz acaba em um meio termo. A premissa aqui, como no primeiro disco "A Bite of The Apple", é pegar músicas dos Beatles e apresentá-las no formato de jazz trio clássico (piano, baixo e bateria). Naturalmente, algumas canções adaptam para o formato jazz melhores que as outras. "Here, There and Everywhere" funciona bem em um arranjo mais cool, assim como "Give Me Love" (apesar de não ser tecnicamente uma canção dos Beatles).
Um dos destaques do CD é quase reggaera interpretação de "Let it Be". O leve balanço da música apresenta um belo solo do baixista Charles Fambrough. Outro ponto alto do CD é "Magic Mystery Tour". Mesmo que saia da melodia um pouco, as pitadas de "Norwegian Wood" são uma boa surpresa. "It Won´t Be Long" mantém-se bem perto da melodia original, e Brian Melvin faz um trabalho de primeira na bateria. "Blackbird" também é muito bem feita, com apenas o suficiente de floreios para manter os amantes de jazz felizes e ainda assim manter o interesse dos fãs mais ávidos dos Beatles.
Outras canções como "Michelle" e "Julia" são precisamente músicas de elevador. O pianista Dave Kikoski faz performances inspiradas em ambas, mas as melodias tendem a se perder ao longo do caminho. "Blue Jay Way" e "Tomorrow Never Knows" são quase irreconhecíveis. Se você é fã dos Beatles, "Another Bite of The Apple" irá com certeza chamar sua atenção, mas com o tempo, não será algo que você pegará para escutar mais do que algumas vezes. Entretanto, fãs de jazz (que podem ou não gostar de Beatles) irão gostar mais deste CD.
Nice interpretation.

Death - ...For the Whole World to See


Detroit no começo dos anos 70 era largamente populada por música selvagem e vivaz de todos os tipos: o maluco, funk psicodélico da turma de George Clinton, o rock raivoso de MC5, Stooges, Frost, SRC, Bob Seger pronto para estourar com tudo, toda a cena da Motown, Grand Funk Railroad batendo no topo das paradas, etc. Isso tudo acontecia em vários lugares ao vivo e em cores. Música era um dos únicos lugares em Motor City onde as noções de raça e classes tornaram-se virtualmente invisíveis. E as estações de rádio de Detroit, mesmo que em horários alternativos, apoiavam bastante a cena local. A influência que todas essas bandas tiveram na cena local foi tremenda, como foi a influência de Alice Cooper, que começou fazendo música na cidade antes de emplacar nas paradas e mudar-se para Los Angeles depois.
Entram em cena os Hackney Brothers: o guitarrista David, baixista Bobby e o baterista Dannis (vulgo Death). Esses três irmãos já haviam praticado em várias unidades de funk e soul até mais ou menos 1973 quando começaram a curtir os sons mais pesados da época, particularmente os Stooges e Alice Cooper. Eles adotaram seu quase macabro pseudônimo e começaram a tocar em muitas festas e shows de garagem e os ocasionais bailes sarais ALSAC Teen nos domingos à tarde. Em 1973 gavaram uma demo que davam nos shows que começaram a ser a última palavra nas bocas mais antenadas. Eles entragaram nas mãos do produtor Don Davis, que lhes trouxe para a United Sound e fez os singles que depois se tornaram, graças a Drag City, "For the Whole World to See", que finalmente se viu lançado após 35 anos na lata! O som aqui é direto uma boa pancada de garage rock na tradição da grande Detroit. As canções são belamente escritas, cruas mas bem feitas, ritmicamente empolgantes, impregnadas de guitarras e sem muito feedback porém focadas. Confira as faixas mais conhecidas da banda como "Where Do We Go from Here?" e a hiper política "Politicians in My Eyes". Aqui um barulho de baixo ultra-sônico, bumbos galopantes e ataques de pratos fundem-se com grandes pedaços de um massacre de seis cordas. Isso é proto-punk no seu melhor. Ponto final. Cadências alternadas encontram power chords distorcidos e riffs escorregadios com a energia primitiva movida a testosterona que o melhor do rock & roll de Detroit trouxe à tona: frustração, raiva, hedonismo, e uma atitude de "tacar o foda-se". A abrupta mudança no retorno e na distorção no final de "Politicians..." são iguais a tudo que veio na época. Adicione a isso o quente hino de festa "Keep on Knocking", a insana "Rock N´ Roll Victim", e a pancada de guitarra Hendrixoniana de "You´re a Prisioner" e você vai acabar balançando a cabeça de surpresa e até amiração. A música em "For the Whole World to See" não é uma coleção de partes juntadas para faturar uma grana. Em uma era em que albuns "perdidos" e "clássicos" parecem ter vindo de cada selo do planeta, os meros 26 minutos e meio de som gravado do Death tornam-se um capítulo à parte na história secreta do rock. Sim, é verdade que colecionadores malucos fanáticos andaram pagando fortunas pelos singles originais, mas é a música que importa. Este incrível album é mais uma evidência da história secreta da música de Detroit. Fãs de Bad Brains, Hendrix, Iggy e Stooges, tomem nota. A palavra "clássico" neste sentido não é apenas precisa, é inegável.
For the whole world to hear.



Dead Boys - We Have Come for Your Children - 1978


Dead Boys foi uma banda de punk rock formada em Cleveland, Ohio em 1976, vindos todos da banda Rocket From the Tombs de 1974, ao ser dividida em duas, os Dead Boys e o Pere Ubu, ambas importantes no cenário punk\alternativo de Cleveland.Mudando-se para Nova Iorque em 1976, a banda rapidamente ganhou notoriedade pelos seus concertos ao vivo onde gestos grosseiros e profanidade eram as normas, e em mais de uma ocasião, Stiv Bators (vocal) feria sua barriga com o microfone. Eles frequentemente tocavam na lendária casa de rock, o CBGB's, e em 1977 lançam seu primeiro álbum, Young, Loud and Snotty, produzido por Genya Ravan. A canção "Sonic Reducer" é considerada um clássico da música punk.Mais tarde, a gravadora Sire Records começou a pressionar a banda para mudar seu som e seu visual, com isso acaba contribuindo para o fim da banda, que acaba exatamente em 1979. Alguns meses após o seu fim, a banda acaba se reunindo novamente para gravar um álbum ao vivo, no intuito de cumprir suas obrigações contratuais. Para vingar-se da gravadora, Stiv cantou várias músicas fora do microfone, o que impossibilitou o lançamento do álbum na época. Quando o material foi relançado pelo selo Bomp! Records, Stiv regravou seus vocais. Algumas gravações de shows de 1979 fizeram parte do documentário D.O.A., de Lech Kowalski, lançado em 1980.Em 1982, Bators formou a banda Lords of the New Church, com Brian James do The Damned e Dave Tregunna do Sham 69.A banda voltou para vários shows nos anos 1980. Eles regravaram o primeiro álbum com o nome de Younger, Louder and Snottier, que contém além do álbum, versões de demo tape de algumas músicas.Em 1990, Bators morreu na França devido a um acidente de carro.Em setembro de 2004, sem Stiv, a banda se reuniu novamente para um show único em sua terra natal, Cleveland.Em 2005, tocaram no show em benefício ao lendário CBGB. Neste mesmo ano, a banda tocou mais um show no feriado americano de Halloween.

Dark Angel - Darkness Descends


Teve que chegar o baterista Gene Hoglan para elevar o Dark Angel sobre os pobres festivais de barulhos capturados em seu amadorista primeiro album, "We Have Arrived". E de várias maneiras, seu lançamento seguinte de 1986, "Darkness Descends", representa o verdadeiro album de estréia da banda. Desde o primeiro riff esmagador da faixa título, torna-se óbvio que a produção se faz valer e a disciplina técnica que escapou da banda na primeira vez aparece gritando em foco neste album. Mesmo ainda sendo considerado um clássico menor do thrash metal. Para ser justo, o Dark Angel tinha apenas alguns truques a sua disposição, os quais executaram extremamente bem. Os resultados são um número de grandes clássicos unidimensionais porém memoráveis para os headbangers, incluindo "Merciless Death", "Death Is Certain", "Life Is Not" e a violentíssima "Perish In Flames". Com mais de oito minutos de duração, "Black Prophecies" algumas vezes soa como um experimento forçado, mas na verdade é a primeira tacada do grupo no estilo thrash progressivo que veio a caracterizar os lançamentos posteriores. Sob a supervisão de Hoglan, Dark Angel continuou os próximos dois anos refinando seu som para alcançar o que já foi dito, mas para muitos puristas, "Darkness Descends" continua a expressão thrash definitiva da banda. Este album aqui resenhado é o relançamento com duas faixas bonus. Uma relíquia para os velhos fãs de thrash.
Simply amazing brutality.




Carlene Carter, nascida Rebecca Carlene Smith nasceu em Nashville, Tennessee, é uma cantora e compositora norte-americana de música country. Filha de June Carter Cash e Carl Smith.Country de responsa ae hein, Musical Shapes não deixa à desejar.


4 Shared - Download

Split de Sadistic Intent (USA) e Ungod (Ger) lançado em 1998 pelo selo alemão Merciless Records. Foram prensadas somente 1000 cópias deste vinil. O negócio aqui é o Sadistic com um death metal brutal e o Ungod com um black metal da pesada. Inclusive fica o aviso para quem baixar, sobre o encarte do Ungod, material barra pesada. O som é bem garagem e velha guarda, dá um pouco de saudosismo.
From hell.



Possessed - Seven Churches


Frequentemente citado como o primeiro album verdadeiro de death metal jamais lançado (Death da Florida já estava ativa mas faria sua estréia em vinil poucos anos depois) "Seven Churches" da banda Possessed levou a intensidade do thrash metal para novos níveis de brutalidade. Com músicas como "Burning in Hell", "Satan´s Curse" e "The Exorcist" (com a famosa música tema sinistra do filme na introdução), a banda definitivamente mostrou uma forte influência de Slayer. Mas foi o vocalista Jeff Becerra que pela primeira vez introduziu os quase ininteligíveis vocais guturais que no futuro seriam a epítome do gênero death metal. Entre os destaques, "Pentagram", "Twisted Minds" e "Fallen Angel" sobreviveram ao teste do tempo, oferecendo amostras do que vinha a seguir com suas surpreeendentes maturidades na composição. Eles então encerram os procedimentos de uma forma feroz com a apropriadamente intitulada, adivinha só, "Death Metal". Nos anos seguintes, Possessed continuou a progredir sob uma perspectiva técnica, mas nunca mais igualaram o fogo de seu album de estréia. Apesar de terem sido gradualmente encobertos por bandas mais jovens e melhores, para aqueles interessados em conectar os pontos entre o thrash metal e o death, "Seven Churches" é o maior elo perdido.
Death metal begins here.

Exodus - Let There Be Blood


Completados 23 anos após o clássico album de estréia do Exodus, "Bonded by Blood", a banda lança aquelas músicas novamente. Não é certo se este grupo poderia ser mesmo chamado de Exodus, sendo que somente dois membros, o guitarrista Gary Holt e o baterista Tom Hunting, permanecem da formação original. Esse re-make cheira a caça-níqueis, mesmo que essa encarnação da banda ainda faça energéticas e ambiciosas gravações. Intenções à parte, os resultados são sólidos. A grande supresa é o vocalista Rob Dukes, um fator nulo nos seus dois albuns lançados com o Exodus até então. Obviamente pegando elementos melodramáticos do vocalista original Paul Baloff, Dukes transcende sua usual inexpressividade. Mesmo que Holt não tenha seu velho parceiro Rick Hunolt nas seis cordas, Lee Altus (Angel Witch, Heathen) é uma substituição mais que capaz. De fato as guitarras são quase que sem alguma falha. Hunting também, não parece nada com o nervosinho dos velhos tempos, ao invés disso fazendo uma disciplinada performance. Tamanha perfeição é ambos o ponto forte e fraco do album. De um lado, a produção monstruosa e ataque preciso dão às músicas um peso que nunca tiveram. Do outro lado, o som perfeitamente comprimido e precisão de relógio suíço tiram aquela selvageria do som um pouco, aquele charme das épocas do vinil. "Let There Be Blood" cumpre o anunciado, reestreiando o album em 2008 com novos músicos, nada além disso.
Good remake anyway.

O primeiro album que o Testament gravou sem o produtor Alex Perialas, "Souls of Black" une esses thrashers com o bem conhecido Michael Rosen. Com Perialas tendo servido o Testament tão bem, muitos headbangers desconfiaram do quão grande essa mudança seria no todo. Mas eles não deveriam ter se preocupado. O Testament aqui soa bem parecido com os três albuns anteriores e tão pesado quanto. Pena que o lado externo continua breguinha como antes. Ao mesmo tempo que saíram dos temas góticos e ocultos, o Testament aqui ainda vê o mundo como um inferninho, um lugar intolerável pesteado por governos maus e a ameaça de uma nova guerra mundial. Como "Practice What You Preach", "Souls" não está na mesma classe de "The New Order", mas de qualquer forma é uma boa adição para o geralmente bom catálogo da banda.
Rushed album, average grade.


Earth Wind & Fire - Greatest Hits


Pode parecer uma parada meio gay,mas eu sou fanzaço desses caras.Com todos seus gritinhos agudos e meio histéricos o E.W.F se tornou uma das maiores lendas do soul de todos os tempos.Formada originalmente em 1969 em Memphis nos EUA,por Maurice White e uns colegas com o nome inicial de Salty Peppers,a banda mudou de nome por conta do esoterismo de White,cujo nome da banda tem algo a ver com seu signo!
Mas o sucesso mesmo só veio nos anos '70 quando ganharam um grammy por uma trilha sonora qualquer ai que nem me dou ao trabalho de saber qual é,com sucessos da época como "Shining Star","That's The Way Of The World","Africano" e "Reasons"(por acaso era um Grammy de melhor álbum Funk).
Mas o melhor (e põe melhor nisso) estava a caminho.Em 1979 era lançada "boogie Wonderland",do álbum "I Am",o hino do E.W&F,música que estourou nos 4 cantos do mundo.Em seguida,em 1980,outro megahit," Let's Groove" o álbum "i Rise".
Este "Greatest Hits" contem tudo isso,além da ótima "September".Tudo isso e muitas outras músicas bem dançantes que lembram aquela sua tia bebada dançando na salade estar quando você era moleque (wait..what?).

Mediaifre

Massivamente influenciada pela lenda do thrash da Bay Area, Exodus, pelos idos de 1988 Vio-Lence já tinha lançado "Eternal Nightmare". Um promissor album de estréia que continha a bate-estacas "Serial Killer" e "Kill on Command". Mas quando o selo da banda, Mechanic, entrou em colapso logo em seguida, o grupo juntou-se às fileiras da Megaforce de Jon Zazula para o lançamento de seu segundão, "Oppressing the Masses" em 1990. Feroz, intrincado, e ainda, teimosamente atonal algumas vezes, o album (produzido por Alex Perialas, o homem responsável tais clássicos do thrash como "Spreading the Disease" do Anthrax e "The Legacy" do Testament) foi de alguma forma uma aposta bem ambiciosa para juntar-se às grandes ligas do thrash da época, mas que acabaria sendo deixada na mão mais uma vez pelos vocais irritantes e desafinados do cantor Sean Killian. As guitarras matadoras como as da faixa de abertura de sete minutos "I Profit" e a excelente "Officer Nice" são quase depreciadas pela falta de senso nas composições e falta de originalidade, soando quase como um "mamãe quero ser Exodus". O mesmo pode ser dito para "World in a World" (possivelmente a faixa mais forte do album), mas algo do material restante, como "Mentally Afflicted", "Liquid Courage" (que trata de abuso doméstico visto pelos olhos de um alcoólatra), e a que encerra o album, "Oppressing the Masses", são todas sólidas e até bem arranjadas.
One from the glory days of thrash.
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