Hed PE - Broke

Segundo album da banda de 2000 que veio em sequência ao debut self-tited de 1997, o disco apareceu em uma época do florescimento da mistura de rap com punk, hardcore e metal e foi material pronto para estourar, o album teve sucesso mediano de vendas mas a banda conquistou seguidores em torno de sua temática inovadora.
Quando a banda entrou em estúdio para gravar "Broke" encontrava-se em emergência com o estilo rapcore nos USA porém ainda relegada ao underground, enquanto Limp Bizkit e Incubus já conseguiam fama na plataforma nacional. "Broke" veio como uma tentativa da banda em pegar carona nesse momento do estilo, mas com as raízes de seu primeiro album ainda presentes.
Desde a liricamente feroz "Killing Time" até a mais calma porém provocante "Jesus (of Nazareth)" a banda segue fiel às suas origens e conclusivamente pode-se notar que o album deveria levar a banda ao mainstream facilmente, porém não foi o que aconteceu. Muita da intensidade da banda se perdeu neste album por conta de uma produção maior e rimas mais mundanas perdendo o conteúdo original que deu aceitação à banda quando ainda era independente.
Apesar de tudo o disco ainda tem seu brilho e é uma peça interessante para coleções de fãs do gênero contando com participações especiais de peso como Serj Tankian do System of a Down, East Bay Ray do Dead Kennedys e Morgan Lander do Kittie.
Um disco cheio de altos e baixos. Contando com músicas como "Crazy Legs" que tenta mesclar o mais puro rap de rua com crossover mas acaba esbarrando em uma letra bobinha, enquanto "I Got You" vem com um instrumental empolgante e os vocais de Jahred (filho de brasileiros nascido nos USA) fazem uma perfeita ponte entre o melódico e o agressivo não ficando atrás de nenhuma banda do gênero na época. Músicas como "Boom (How You Like That)" vem com uma assinatura bem hip-hop contendo letras sobre maconha e sexo. A banda ainda fecha o album com uma baladinha cheia de sacarina e violões no maior estilo mamãe quero ser gay.
Apesar dos pesares este é um album interessante e registra bem uma época em que o rapcore apareceu no mainstream. A banda exagerou na tentativa de embarcar nessa e acabou sendo taxada de sexista pela mídia, até certo ponto com razão. Nota-se também que muitas bandas brasileiras da época embarcaram no vácuo do estilo e copiaram descaradamente músicas deles como o Charles Brau Grunge por exemplo que o vocalista imita até os trejeitos do vocal.
Yes yes, no no. Have fun.

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