Sting - ...Nothing Like the Sun

Se "Dream of the Blue Turtles" fosse uma paixão pretenciosa e sem vergonha, ele fica até um pouco melhor na aparência antes do segundo de Sting, "Nothing Like the Sun", um dos mais tenazes albuns de pop jamais gravados. Este é um album onde a única faixa com tempo mais acelerado, a única insignificante "We´ll Be Together" é um funk branquelo toda cheia de celebração, foi adicionada por insistência da gravadora porque eles acreditavam que não havia nenhuma faixa no album que poderia servir como single, uma que poderia arrebentar e cair nas graças do rádio. E eles estavam certos, desde que todo o resto aqui é muito mensurado, calmo, e deliberadamente sutil para ser imediato (incluindo a sobra colocada intencionalmente "Rock Steady"). Então, por que é um album melhor que seu predecessor? Porque Sting parece não estar forçando a barra. Flui naturalmente, mais porque não tenta ser um disco de jazz-rock (graças à presença de uma nova seção rítmica composta por Sting e o baterista Manu Katche) e porque as melodias são insinuantes, lentamente abrindo caminho para dentro da memória, enquanto todo o album toca ao fundo. Funciona tanto como música de fundo quanto uma audição mais séria. As letras de Sting ainda podem ser cinzas do passado aqui. A pomposamente chocante "History Will Teach Us Nothing" é um claro exemplo, lembra muito "Hey Mr. Pinochet". Seu liricismo brilha realmente em "The Lazarus Heart", "Be Still My Beating Heart", "The Dance Alone" e "Fragile", um quarteto de suas melhores cordas.
Ainda temos o assassinato de "Little Wing" que é melhor nem dizer mais nada.
Fica aí para quem queira continuar achando um dos maiores da história mesmo, ou para quem queira nos anos 2000 discordar. Como dito antes, é um disco que cresce com o tempo dentro do ouvinte.
For fragiles.

0 comments: