Ice-T - Home Invasion

Quinto album solo de Ice-T, senhor Tracy Marrow, lançado em 1993, o primeiro na Rhyme Syndicate Records.
Primeiro album lançado depois da controvérsia com a música "Cop Killer" do Body Count. A Sire/Warner Bros Records inicialmente ficou ao lado da banda com a liberdade de expressão, mas alguns dentro do conglomerado da Time Warner começaram a tomar uma postura mais pragmática com isso. O album era para ser lançado em novembro de 1992, mas as revoltas urbanas de L.A. ainda estavam frescas na mente das pessoas, uma eleição estava em processo e algumas músicas anteriores de Ice-T e Dr. Dre ainda estavam em trâmites legais, então Ice-T concordou em adiar o lançamento do album além de remover a música "Ricochet" que já estava na trilha sonora do filme de mesmo nome.
Com o lançamento do album adiado para fevereiro do ano seguinte, a gravadora disse para Ice-T que não lançaria o album com a capa proposta, que tinha um garoto branco imerso em cultura negra de gangs com ícones de violência em volta, mesmo já estando com número de catálogo 54119 e com single "Gotta Lotta Love" lançado. Ice-T inicialmente concordou, e optou por uma capa toda preta e com o título "The Black Album". Posteriormente ele sacou que seu futuro seria monitorado e censurado, e deixou a gravadora amigavelmente, assinando um acordo de distribuição com a Priority Records que lançou o album com a arte da capa original. Com o adiamento do album ele também aproveitou para atualizar as letras antes de lançar.
A música "It's On" começa com a frase: "Turn up the mic, dog, so I can get off / Find me Charlton Heston and I might cut his head off." O ator pressionou a Sire/Warner Bros para dissolver o contrato com o rapper por isso. A fixa título explora a idéia da casa de um supremacista branco sendo invadida por MCs políticos para resgatar as crianças de uma doutrinação racista. "Gotta Lotta Love" prega sobre uma trégua na guerra de gangs de Los Angeles. "That's How I'm Living" é autobiográfica descrevendo sua juventude. "Race War" é uma reflexão sobre as revoltas urbanas e um aviso sobre a possibilidade disso acontecer novamente. "Message to the Soldier" oferece conselhos para aqueles que estão envolvidos em hip hop político. Depois de se abster no album anterior, "O.G. Original Gangster", de rimas sobre sexo ele volta com duas neste disco em "Addicted to Danger" e "99 Problems".
O album arrebentou nas paradas e vendas na época e foi o último disco do Ice-T a ter conteúdo político significativo. Seus trabalhos posteriores foram mais voltados para o gangsta rap em geral. Isso reflete neste album que deixa de lado os apelos engajados que estavam presentes nos encartes dos albuns antigos desde "Power". Algumas pessoas viram este album como um princípio de declínio na carreira dele como rapper, com críticas cada vez mais desfavoráveis em relação aos albums anteriores, muito porque a onda estava saindo do rap político para outras variantes na época. Também a rivalidade entre costa leste e oeste estava no auge, coisa que Ice-T sempre manteve-se afastado. Ele nasceu em New Jersey, migrou para California, e fazia rap no estilo East Coast. Soube administrar bem isso tudo.
De qualquer forma este album é rap de primeira, para os que esperavam mais "Original Gangsta" só lamento. Este disco aqui é monstro.
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