Burning Spear - Calling Rastafari



Até aqui o som do Burning Spear já estava bem estabelecido. Lentos, enfumaçados grooves de reggae roots embelezados por metais e apresentando pouca ou nenhuma melodia. Seu album de 1975 "Marcus Garvey" até hoje é considerado um dos maiores discos de reggae de todos os tempos. Em sua prolífica e produtiva carreira lançou mais de 25 albums, em seus mais de 60 anos de idade.
Fazia um tempo que ele não lançava um album tão roots como este, até mesmo citando o clássico "Slavery Days" na faixa de abertura. E o som continuou hipnótico como sempre, cheio de vibrações positivas e aqueles metais certeiros e discretos pontuando por todo disco, parece que Burning Spear queria dizer que estava de volta, feliz e com tudo. A Burning Band vem reformulada também neste disco com um novo line-up. Enquanto sua voz não é mais a mesma dos anos 70, continua forte e desenvolta, os backings continuam presentes e perfeitamente colocados, como era nos tempos da banda Burning Spear com aqueles backings no estilo "call-and-response". Pode-se notar uma quase ausência de dubs neste album em contraponto aos discos antigos, somente uns poucos aqui e ali nas "extended mixes". Como o título do album diz suas letras também retornaram ao roots.
Como resultado, este album simplesmente ganhou o Grammy Award como melhor album de reggae em 2000, apesar de Burning Spear há muitos anos antes já ter merecido esse reconhecimento. É, ele conseguiu novamente fazer um clássico absoluto do reggae, mais um obrigatório para qualquer coleção. Com uma gravação impecável e uma construção musical precisa está aqui mais uma obra prima cheia de amor a Jah de um artista notável dentro e fora dos palcos.
Um disco para curtir e deixar fluir as vibrações positivas, além de não ser uma má pedida para os ainda não inciados ao "Prophet" começarem a escutá-lo, apesar de não ser seu melhor album é bem representativo do estilo do artista. Uma prova de que Burning Spear com o tempo não estagnou.
Five stars Mr.Spearsman!

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