Quinto album dos caipirões endiabrados do Colorado, apesar de parecer num primeiro momento uma obra não original, basta uma ou duas audições para que se mude de opinião. Um grande amadurecimento está presente no disco, deathgrind com elementos de progressivo que dão uma inventividade tremenda. O album de um modo geral é uma aula de virtuosismo e uma pancada feroz de grinds na velocidade da luz. O que difere a banda de outras similares, como o Psyopus por exemplo, é capacidade de escrever composições memoráveis, como "Touched by Angel", "Divination & Volition" e "G.O.D". A produção do album ficou muito boa, feita na mão pelos próprios músicos, muito superior aos albums anteriores. A banda não faz muito aquele estilo de se levar tão a sério na imagem e postura como a grande maioria restante, e de qualquer forma fica aquela impressão de ser uma banda ainda subestimada no meio do metal, uma grande pena. Rápido faixa a faixa:
"Endless Cycle of Violence" bateria esmagadora com vocais monstruosos e riffs realmente pesados, trata-se de uma obscura perspectiva sobre a violência inata nas entranhas do ser humano.
"Divination & Volition" trata-se da saga de um sociopata o que reflete bem na música, uma paulada esquizofrênica, com guitarras doentias e mudanças de tempo. O vocal segue a linha Chris Barnes com graves e agudos. Destaque para a dobrada nos bumbos da batera no final, insano.
"Molting" bateria com uma ótima dinâmica de pedais e guitarras cortantes com variações de digitação melódicas ao longo da música.
"Touched by Angel" começa com uma linha de baixo melada na intro e cai num blast-beat animal hyper speed bem black metal, vocais demoníacos e bem marcantes. Destaque para a passagem espiralada que inicia na marca de 1':50", excelente.
"Vaporized" grind matador com passagens mais lentas e pesadas com vocais para assustar criancinhas desavisadas.
"Heptarchy" passagens jazzísticas entremeadas por pancadas grindcore e doom metal do quilate mais pesado, o baixo faz destaque pela faixa toda.
"G.lobal O.verhaul D.evice" soturna e ao mesmo tempo melódica, um doom metal cabuloso de quase 6 minutos de duração. Com uma participação aos 4'23" de Bruce Lamont mandando um saxofone inebriante porém por curto tempo.
"Let Them Hate So Long as They Fear" depois de duas músicas mais lentas uma paulada grindcore curta e grossa, com pedais duplos super velozes. Na cara!
"The Omega Point" mais uma paulada mesclando grindcore e death metal e um baixo doido à la Les Claypool.
"Megacosm of the Aquaphobics" a bateria arrebenta tudo desde o início da faixa, bumbos de tremer o chão.
"Ov Vicissitude" deathgrind cortante para fechar o album sem remorso, com passagens doom e solos carniceiros.
O cd tem uma faixa escondida de quase 7 minutos de doom metal de amassar o cérebro de tão pesado, com vocais atormentados a música se arrasta literalmente por esse tempo todo sem variar quase nada, macabro.
Grande banda e grande album, complexidade e ferocidade na medida certa do começo ao fim.
The right dose of complexity and brutality.
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