Galactic - Ruckus


No seu quarto disco de estúdio propriamente, ("Vintage Reserve" foi uma coletânea e "We Love ´Em Tonight" foi um ao vivo) Galactic move-se sem reservas para não muito longe de seu passado como uma banda da pesada de jazz & roll representando New Orleans, assim como move-se em direção a uma nova tradição deles, o Voodoo funk. Tem um algo a mais entretanto. Não meramente contentes em flertar com as estéticas de Mardi Gras Indians ou Dr. John, Galactic aponta firmemente em direção do presente tecnológico com sua música primordial de máquina de grooves. O baterista Stanton Moore usa tantos loops quanto os faz organicamente, baixo, baixo, e mais baixo é a ordem do dia, e estranhos sons de teclado aparecem borbulhando como se em uma sessão perdida de Lee Perry virasse digital. Isso faz deste um disco de techno ou electronica? Poupe-me. "Ruckus" é uma viagem sinistra para o outro lado da meia noite. A festa ou incendeia ou mela toda, isso acontece naquele distinto limiar, aquele ponto no tempo onde tudo é possível. E possibilidade é sobre o que se trata "Ruckus": orgãos fervilhantes encontram cordas acústicas e elétricas paralelamente sob uma série de ritmos sincopados de Moore em "Bongo Joe". Linhas pontudas de sintetizadores feitas por Richard Vogel encontram guitarras irregulares e pesadas tocadas por Jeffrey Raines em "The Moil". Monstruosos loops de ton ton colidem com linhas de baixo e riffs de teclados anes de Raines aparecer no rodapé acústico para aliviar o funk não convencional em "Kid Kenner". Isso é música como uma desconstrução da paleta acústica, com a desconstrução, morte e renascimento de uma banda. Como Medeski, Martin e Wood antes deles, o Galactic ficou bem melhor para seu novo e destemido direcionamento. "Ruckus" não é um album muito menos roots do que foi "Coolin´ Off". Talvez até seja mais porque para usar toda essa parfernália e criar esse tanto de grooves matadores que a banda apresenta aqui, só há um lugar onde se possa ir encontrar a fonte: no próprio ritmo (se você precisa de mais evidências escute "The Beast" e deixe ele mexer com sua cabeça e corpo). Altamente recomendado.
So funky!

Corrosion of Conformity - Corrosion of Conformity


Seria meio impossível precisar o papel crucial que o Corrosion of Conformity teve na evolução do heavy metal. A mistura do CoC de hardcore rebuscado, doom metal e Southern rock teve um papel central em definir a cena crossover dos anos 80, para sempre alterando os parâmetros do metal. Desde o começo da banda em Raleigh, North Carolina, em 1982, tornaram-se firmes favoritos entre os fãs e críticos do meio. Incorporando uma série de elementos pesados, um pouco de punk aqui, um pouco de thrash sujão ali, e riffs inspirados em Black Sabbath por todo lugar, o CoC passou sua carreira estrondando em frente com tons graves intimidantes e uma pegada indomável.
Após o último lançamento do CoC, o aclamado "In the Arms of God" de 2005, a banda entrou em hiato. Pepper Keenan, o vocalista principal da banda durante seu pico de popularidade comercial, foi dedicar seu tempo para a movida a maconha Down. Em 2010 foi anunciado que o mesmo venerado trio que gravou o album seminal do CoC "Animosity" estava se reunindo. O vocalista e baixista Mike Dean, o vocalista e guitarrista Woody Weatherman e o baterista Reed Mullin começaram a fazer shows com o propósito de gravar um novo album. Após uma aclamada turnê, o auto intitulado e mais novo album do CoC acaba com um longo período de seca de albuns. Com uma formação refletindo um período clássico da história do grupo, a expectativa foi às alturas.
Por atrelar a ira e paixão de seus primeiros anos, e combinando isso com os mais celebrados aspectos de seu trabalho das últimas duas décadas, o grupo produziu um album que genuinamente preenche uma brecha entre dois períodos distintos de sua carreira. O CoC pode ter mudado alguns membros, mas não perderam a potência. "Corrosion of Conformity" é um album com toda a força e integridade dos melhores trabalhos da banda.
Pepper is gone but Reed is back, now Conform yourself.


ANMOD - Entrevista


Entrevista com a banda Anmod de Curitiba. Contatei o baixista e vocalista da banda, Hernan Oliveira (gente boníssima), para uma entrevista rápida por email. Segue a bio que encontra-se na página oficial da banda e em seguida a entrevista.

Biografia:
A banda ANMOD iniciou suas atividades em 2005, das cinzas do Fornication, banda de death metal de Curitiba PR Brasil. O Fornication iniciou suas atividades em 1996, lançou 2 álbums: "Descendants of Degenerated Race" pela brasileira Black Hole Productions em 2003, e "Unleashed Wrath" pela colombiana Brutalized Records em 2004. A banda também gravou o clássico "Regurgitated Guts" do Death, que foi incluído na coletânea "Together As One - A tribute To Death", lançado pela Mondongo Canibale Productions da Espanha, em 2003.

Em 2004 o Fornication decide viajar para a Europa e dá início à "Unleashing Wrath Over Europe Tour 2004", uma turnê de 3 meses que passou por 9 países (Alemanha, França, Holanda, Austria, Italia, Belgica, Eslovenia, Hungria e Rep. Tcheca).
Depois da turnê, Gerson Watanabe (guitarra), Hernan Oliveira (baixo/vocal) e Johnny R.R. (bateria) decidem sair do Fornication e começam a compor novas músicas, agora como trio. Este foi o iníco da banda ANMOD, em 2005.
Como não ouvimos notícias do Fornication desde 2005, nossa conclusão é que a banda esteja parada desde então.
O estilo do ANMOD é um pouco diferente do Fornication. Foram adicionados mais elementos grindcore para as composições, assim como a veia death metal continua forte como sempre. Death metal e grindcore sõa estilos mandatórios neste momento nas novas composições da banda, tornado a sonoridade da banda extremamente brutal e caótica.

Entrevista:

Vfo - Pelo que vi no myspace de vocês a banda está inativa no momento. Por quê?


R: O Anmod no momento esta inativo devido a ausência de um dos membros (Johnny - Baterista) ele esta morando fora do Brasil, quando ele retornar reiniciaremos nossas atividades, a banda não acabou não mudará sua formação e deverá continuar suas atividades futuramente.

Vfo - Que bandas de Curitiba você curte e faz questão de citar aqui?

R: Cara gosto de muitas bandas daqui é difícil citar nomes seria injusto, gosto muito do Necrotério(Eternos Brothers), Scorner, Eternal Sorrow, Archityrants, Necrópsya, etc...estamos bem servidos de bandas, esta faltando público mesmo.

Vfo - Sobre esse papo de cena local. Como está Curitiba atualmente na sua opinião com relação a som extremo ou pesado?

R: A cena local de metal extremo anda muito amadora, infelizmente estamos enfrentando uma grave crise devido a diversos fatores ;
1.- Falta de comprometimento e honestidade entre bandas, organizadores, casas de shows, produtores e demais envolvidos.
2.- Inatividade de algumas bandas importantes para a cena (referência para novas bandas).
3.- Falta de renovação (com qualidade) referente a novas bandas.
4.- Ausência de shows e o aumento do custo para realização dos eventos.
5.- Despreparo geral e falta de organização dos produtores, casas de shows, e técnicos de som envolvidos.
6.- Falta de acompanhamento das novas tecnologias de som (tanto bandas como organizadores). Os tempos mudaram, o público é mais exigente e a falta de conhecimento é geral, as bandas devem se preocupar mais com o som que vai ao público, som extremo é complexo, e depende muito da aparelhagem e da organização dos produtores.
Sem esse inicio fica difícil exigir fidelidade do público, o produto oferecido é ruim e extremamente deficitário.

Vfo - Perguntinha estilo Marilia Gabriela para darmos umas risadas, lá vai... utilizando de uma até três palavras, como você definiria cada uma das seguintes bandas: 1 - Anmod, 2 - Napalm Death, 3 - Possessed, 4 - Obituary, 5- Sepultura, 6 - Sarcófago e 7 - Abba.

1.Anmod : Força Bruta Velocidade/ 2. Napalm Death : Genialidade / 3. Possessed : Criatividade 4.Obituary : Originalidade 5. Sepultura : Vontade Raça 6. Sarcofago: Morbidez 7. Abba : Desconheço

Vfo - Quando descobri a banda pela net sem querer, coloquei para tocar "Serpent-Legged" logo de cara e fiquei pasmo com a qualidade tanto da composição quanto da gravação. Como foi esse processo todo? Ensaios, gravação etc.

R: Todo o processo foi extremamente complexo, nesta época a cena estava bem em baixa, estavamos um pouco desanimados com tudo que estava acontecendo na cena local, tivemos que reencontrar buscar um novo método para composição, nesta época tinhamos saido do Fornication, e queriamos criar algo diferente do executado no ultimo disco do Fornication. Era uma nova banda, que teria mais liberdade nas composições, queriamos investir em outras sonoridades, ficamos muito contentes com o resultado final.

Vfo - Saindo um pouco do Anmod, pelo que vi você está tocando com o Tonho no Imperious Malevolence agora? Baita responsa nas mãos ocupar esse lugar não? E que novas influências você levou para o Imperious? Com sua bagagem que chegou de fora...

R: Realmente esta sendo uma experiência muito boa, quando aceitei o convite do Antônio já sabia da grande responsábilidade que teria, e confesso que fiquei bem surpreso com a saida do Rafahell, considero a presença dele importantissima no contexto do Imperious Malevolence, mais infelizmente aconteceu dele sair, uma terrivel baixa no line up da banda. A esperiência esta sendo boa, rolou o entrosamento e a pegada, eu tinha algumas dúvidas se isso realmente iria funcionar, mais acredito que as coisas estão encaminhando bem, não tenho intenção de substituir ninguém, vou apenas continuar fazerndo oque sempre fiz a 15 anos. Inicialmente estamos iniciando o processo de novas composições, esta rolando uma parceria legal e acredito muito no resultado final.

Vfo - Para finalizar não deixarei o espaço de praxe para considerações finais. Sim eu sou um tanto fora do convencional. (heheehehhe) Eu é que farei as considerações finais. Gostaria assim de agradecer a boa vontade e humildade em nos atender, e dizer que no que precisar este espaço está aberto para a(s) banda(s) e para você sempre. Grande abraço.

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Quem quiser conhecer mais acesse o myspace ou a página oficial dos caras.

Page oficial  http://anmod.50webs.com/


O crucial segundo album do Motörhead, "Overkill", marcou um grande salto adiante para a banda, e continua um de seus melhores, sem dúvida. Na verdade, alguns fãs consideram este o melhor da banda, mais ainda que "Ace of Spades". É um album feroz, com certeza, mostrando perfeitamente o estilo característico do Motörhead de um proto-thrash sem freios. Uma espécie de estilo heavy metal com punk bem cru e ainda assim direto na cara. "Motörhead", o auto intitulado album de estréia da banda de 1977, foi gravado nas coxas, seu som super cru e simples não era tão impressionante, pelo menos com relação ao que veio em seguida. "Overkill" é o que veio em seguida, gravado em dezembro de 1978 e janeiro de 1979, e lançado não muito depois. O som da banda está bem consolidado aqui, e explode na cara já na faixa título ao longo de seus cinco minutos. Um punhado de habituais tratando-se de Motörhead vem em seguida, entre elas "Stay Clean" e "No Class". Produzido por Jimmy Miller, que comandou vários albuns clássicos dos Rolling Stones ("Beggars Banquet", "Let It Bleed", "Sticky Fingers", "Exile on Main St." e "Goats Head Soup"), "Overkill" soa maravilhoso, especialmente nas versões remasterizadas, como esta. A formação clássica da banda (Lemmy - baixo e vocais, "Fast" Eddie Clark - guitarra e "Philthy Animal" Taylor - bateria) está bem firme aqui, e parecem dar tudo de si tudo em cada música. Isso tudo, mais o sólido repertório e a produção de Miller, fazem de "Overkill" um album perfeito do Motörhead. Vários grandes viriam, com certeza, mas "Overkill" foi o primeiro dos grandes, e talvez seja o maior de todos.
Motorhead´s first classic.


Zeke - Kicked in the Teeth


"Kicked in the Teeth", como todos os albuns que o precederam, baseia-se primariamente em riffs de guitarra punk e rock and roll rebuscado com bateria de hardcore, o CD inteiro moendo sem descanso. Pisque os olhos e já acabou. Como o primeiro album da banda pela Epitaph, um selo com um bolso consideravelmente grande, chega a ser surpreendente que "Kicked in the Teeth" não seja da mesma qualidade sonora de ambos "Super Sound Racing" ou "Flat Tracker", albuns feitos presumivelmente com um orçamento apertado. Musicalmente, é quase um equivalente ao "Flat Tracker", talvez não tão forte, mas o Zeke faz essencialmente uma coisa, e uma coisa bem, incrivelmente rápido, punk e rock and roll fora de controle, executado com um bom trabalho de guitarra principal. Há também, entretanto, alguns sons mais lentos. Afinal, Zeke não é uma típica banda americana de punk ou hardcore metidinha, apenas fazem seus trabalhos. Por exemplo, o cover bombado do Kiss "Shout It Out Loud" é tocado com convicção. Por isso é uma pena que o Zeke queira tocar apenas rápido e mais nada.
No melody just punk.