Houveram alguns monstros brutais na comunidade do metal através dos anos, mas após escutar este terceiro lançamento da banda do Tennessee Tony Danza Tapdance Extravaganza, entitulado "Danza III: The Series of Unfortunate Events" (parodiando Danzig), muitos irão concordar que poucos atingem a ferozidade desses jovens. Um massacre sonoro sem parar desde o início, o Tony Danza Tapdance Extravaganza (o que será que o verdadeiro Mr. Danza deve achar do nome da banda? hehehe.) estronda tudo até o máximo: em outras palavras, gritando de um jeito que arrebentaria qualquer corda vocal de um vocalista de metal regular, riffs de guitarra frenéticos que derrubariam pessoas de escadas e bateria milimetricamente pefeita no metrônomo, especialmente em violências como "Vicky Mayhem", "Passenger 57", "Suicide´s Best Friend", etc. Não demora muito para se perceber que a banda adora utilizar estruturas stop-start-stop-start nas músicas, até um ponto que chega a cansar um pouco. O que começa impressionando também decepciona no final, pois a banda não varia nada do começo ao fim, deixando o som no mínimo previsível.
Para fãs de metal extremo este é um disco que não decepciona de forma alguma.
Sick album!


Primeiríssima demo da banda lançada em 2003, o som cai em um gênero deathcore bem na época da nova onda do estilo. Essas demos testam bem as bandas e geralmente é aquele vai ou racha. Coisa que o Suicide Silence tirou de letra nesta aqui.
Esta é uma excelente demo de estréia, ótima através de suas 3 faixas e imediatamente remete que o Suicide Silence é uma banda jovem, talentosa e veio para ficar. São 3 faixas quase desconhecidas cheias de emoção, não há nada leve pela demo toda onde o som é lento e pesado ou rápido e brutal. Os gritos não aparecem aqui e os vocais são guturais.
A faixa de abertura, "Soak in Tears", dá o passo e o padrão repete-se pelo resto do album. Nada de extraordinário, mas um som bem legal no estilo com um breakdown bem característico. As outras duas faixas, "Victim of Tragedy" e "Stand Strong", também possuem a mesma quantidade de velocidade mas com atmosferas raras para o estilo deathcore.
A demo também mostra um lado da banda que acabou esquecido nos albuns, como as variações de "Stand Strong".
Poucas coisas desapontam aqui, uma delas obviamente é ter apenas 3 músicas. O que é realmente desculpável pois trata-se de uma demo. Outras coisas pelo contrário mostram uma banda até melhor do que tornou-se, mais aí caímos no âmbito do gosto pessoal de cada um.
Boa fundação para uma banda que consagrou-se no gênero e mostrou esperança para outras.
Recommended.

Deftones - Saturday Night Wrist


Três longos anos após o Deftones lançar seu auto-intitulado de reviews boas e ruins, o quinteto de Sacramento voltou com "Saturday Night Wrist", gravações que no futuro jogaram lama sobre o que eles eram e o que estavam tentando fazer. Depois do grande sucesso metálico de "Around the Fur", a banda confundiu a crítica e os fãs com o mais leve e aventuroso "White Pony". Em 2003 eles transgrediram ainda mais a expectativa encaixotada e dita normal com seu album auto-intitulado, que parecia andar na linha entre o roqueiro e o sensível. Mas é "Saturday Night Wrist" que preenche o retrato, sangrando através de texturas entre um rock & roll e outro e terminando com algo além porém ainda bem a cara Deftones. O album começou com uma questão e um conflito em dicidir um produtor. Já trabalhando com o produtor de hip hop Dan the Automator, após algum drama interno a banda decidiu pelo veterano Bob Ezrin. Ezrin valeu a pena de várias maneiras: essas canções, diversas como ficaram, são disciplinadas sonoricamente apesar de tudo. Elas têm toda a tensão e dinamismo, todo o imediatismo de antes, mas a mistura é espaçosa, e o vocal de Chino Moreno eleva-se sobre o todo. Dito isso, os vocais foram produzidos por Shaun Lopez do Far. A parede de som de guitarras transita entre um rock mais pesado e metálico e um indie rock anguloso, espiralando tudo junto no final. Vide a faixa de abertura, e single, "Hole in the Earth". Começa com uma parede de guitarras distorcidas trovejantes enfatizadas por rim shots e fogo de pratos antes de dar passagem para uma figura de esquelética de seis cordas que parece que mal irá suportar os vocais de Moreno, que combina uma euforia de um mais jovem e menos pretencioso Bono com o ataque, bem, de Deftones mesmo. As guitarras ecoam e sussurram por todo o fundo enquanto Moreno paira sobre elas, até que voltem com o porrada para trazê-lo de volta.
Uma batera bem agressiva e guitarras distorcidas anunciam "Rapture", enquanto Moreno cospe e grita as letras. Até aqui, o ataque é direto enquanto se retorce todo em cantos pontudos e mudanças rítmicas. Há uns dubs digitais matadores colocados em "Cherry Waves", dando ao som um efeito de psicodelismo abençoado enquanto a banda casa uma putaria de Smahing Pumpkins antigo, com os grandes riffs abertos de Jane´s Addiction, e o melhor cintilar do U2 enquanto joga tudo em um compasso de oito tempos da "Overture" de "Tommy" do The Who. Poderia dar em uma grande zona, mas funcionou maravilhosamente bem. Serj Tankian do System of a Down ajuda com vocais adicionais em "Mein" e Annie Hardy do Giant Drag em "Pink Cellphone" (que nome mais idiota). O space pop pingado que é "Xerces" mostra Moreno respirando um pouco perto demais de Billy Corgan para se acomodar nos versos. As guitarras esmirilhantes em "Rats!Rats!Rats!" são uma mudança de textura bem vinda, e os esmagadores verso e refrão são malvadões. O ataque rock mais direto vem em "Kimdracula", com seu riff de baixo pulsante e guitarras ressaltantes; empurra Moreno um pouco além do tom para adequar-se com o som.
No geral, "Saturday Night Wrist" é satisfatório, entretanto demora algumas ouvidas para pegar o gosto devido às mudanças e pirações todas que tendem a misturarem-se nas primeiras vezes. O melhor de tudo, foi que o Deftones mais uma vez fez seu próprio som característico apesar da história toda envolvendo o album. Tem bastante coisa para os que não conhecem muito a banda reclamarem também.
Beautiful and timeless.

Pantera - Power Metal


Também conhecida como banda Paquera, a verdadeira face dos queima roscas racistas do Texas. Este é um dos albuns que eles tentam esconder mas seus permanentes não deixaram. "Power Metal" foi o primeiro com a desvairada Phil Anselma nos vocais, suas letras no auge do ridículo e mais clichés impossível.
O som é bem power metal anos 80, com Dimebag Darrel mandando riffs como se fizesse parte do Lizzy Borden. Além disso temos os sons roubados do Exhorder que não podemos esquecer.
E dá-lhe gritinhos. Uauuuuuuuu!!!
Dont look at my haaaaaiiir!!!

King Diamond - "Them"


Este post vai para o Mimi, após pedir para postar King Diamond por tanto tempo no msn. Ok, vamos para a uma resenha rápida.
Após o incrível sucesso de seu segundo álbum solo, e a primeira empreitada conceitual, "Abigail", King Diamond começou a trabalhar quase imediatamente em sua próxima aventura gótica extravagante em 1988 com "Them". Desta vez, ele insere-se entre os personagens da história, que também inclui sua mãe, irmã mais nova, uma casa assombrada (naturalmente), e, mais inesperadamente, uma avó louca cujo retorno de uma longa estadia no manicômio (famosamente anunciada pelos gritos de abertura quase hilariantes de "Grandmaaaa!!!" em "Welcome Home") precipitam os atos sobrenaturais de possessão, assassinato e loucura que movem o conto adiante. Também dignos de nota são os novos músicos que juntaram-se a King Diamond nesse projeto. Afinal, a substituição do guitarrista Michael Denner e o baixista Timi Hansen por Pete Blakk e Hal Patino, respectivamente, sinalizou a ruptura final de King com sua antiga banda, Mercyful Fate. Agora, de volta à música: o co-compositor Andy LaRocque mais uma vez manda distintos, riffs semi-thrash, harmonias majestosas, e passagens de solo inventivos para momentos de destaque como em "The Invisible Guests""Tea" e "Twilight Symphony", mas nas pequenas nuances tais como a quebra acústica em "A Broken Spell" e os opressivos clavicordes sintetizados ouvidos em "The Accusation Chair" que dão à história de "Them" sua satisfatoriamente complexa personalidade.
Para resumir, o album acabou vendendo mais que "Abigail" apesar dos fãs de carteirinha acharem este um disco inferior.
Grandmaaaaaaaaaaa!!!


Ahhhh derrentendooooooooo!!! Dorga estragadaaaaa!!!!

Tourniquet - Pathogenic Ocular Dissonance


"Pathogenic Ocular Dissonance" da banda de metal cristão Tourniquet, originalmente lançado em 1992, é um album estranho, obscuro e complexo. O terceiro lançado pela banda e o último com o vocalista Guy Ritter que deixou a banda após gravar o album. Guy estava insatisfeito com o direcionamento agressivo que a banda tomou. Tourniquet é uma banda fantástica e há muito ignorada, fez um dos mais criativos albuns de thrash metal jamais lançados neste aqui. 
Esta versão inclui como faixa bonus um cover do Trouble pesadíssimo, "The Tempter". De qualquer forma um trabalho brilhante, provavelmente o melhor do Tourniquet.
A great album by an innovative band.

Marty Friedman - Dragon´s Kiss


O ex guitarrista do Cacophony, Marty Friedman, libera sua fúria virtuosística no excelente "Dragon´s Kiss", que talvez até hoje seja a melhor amostra de seus talentos solo. Mandando suas sensibilidades heavy metal supersaturadas com textura, imaginação, e uma queda pelo exótico, Friedman provou ser um distinto solista metal. Este esforço todo instrumental marca o fim de uma fase de Friedman mais indulgente e progressivo, porque ele foi logo recrutado pelo Megadeth logo após este album e as influências em "Rust in Peace" aparecem bem.
A classic shred album.

Yngwie Malmsteen - Facing the Animal


O perfil público de Yngwie Malmsteen nunca recuperou-se da caída no grunge até então, mas não significou que sua música declinou com sua popularidade. Para fazer justiça, "Magnum Opus" e "Inspiration" foram um pouco fracos, mas "Seventh Sign" mostrou sinais de vida. Aquele album foi onde Malmsteen explorou o blues, e "Facing the Animal" ocasionalmente mostra o artista capturando aquela energia em seu familiar estilo metal neo-clássico. Tudo no album é previsível, das mais pesadas às baladas, mesmo que algumas passagens soem um pouco cansadas, a maioria das gravações são mais fortes do que qualquer coisa feita por ele em anos. Para os fãs mais dedicados dele, boas novas na época.
Neoclassmyass.

Ratos De Porão - Anarkophobia - Brasil (1990)

O que falar de Ratos? Ou pra ser mais exato, o que falar de Anarkophobia? Gravado em 1990, sendo o 5° álbum da dessa banda que sempre fez um som fodido. Ratos já estavam numa fase mais crossover, não era mais o som 'punk cru' como o de início. Banda que desde o início faz um trabalho dos bons, todo material compensa ser ouvido, destaco Anarkophobia, dos álbuns que não podem deixar de serem ouvidos, considero o melhor, desde o início, por completo, álbum esse que puxo o saco fácil, uma das maravilhas musicais que é preciso ser ouvida, mas dando fim ao blablabla...contém também o cover 'Commando' dos Ramones, que pra ser sincero, preferi bem mais essa versão dos Ratos. Letras com grande conteúdo refletivo, como por exemplo críticas sobre a Igreja Universal, Deus e etc.. assuntos esses que causam grande polêmica num país que tem em sua maioria da população religiosos de 'carteirinha' e que muitas vezes pra completar são intolerantes à ponto de fazerem vingança com as próprias em nome de seu 'deus' e que continuam sendo iludidos por um bando de mal-caráter que só querem o teu dinheiro, te ludibriando com idéias de uma vida eterna e linda, mas só se tu pagar por isso..PORRA! TÁ FÁCIL NÃO HEIN! dízimos, promessas, salvação, vida eterna, paz...ish! Enfim, ouça e tire tua própria 'conclusão', sinta o som, reflita sei lá...


Mimi´s Art - Planta Carnívora


Medo!


Gordian Knot - Gordian Knot


Projetos cheios de "fodões" geralmente adicionam quase nada, mas o auto-intitulado do Gordian Knot revelou-se um dos melhores albuns de rock progressivo dos últimos anos do segundo milênio. E isso graças ao fato de que Sean Malone tomou as rédeas, conduzindo o projeto para seu objetivo de fazer músicas instrumentais refinadamente guiadas pela guitarra. Malone tinha um retrospecto de metal progressivo, e também vários de seus convidados (Sean Reinert baterista do Cynic, Trey Gunn guitarrista do King Crimson, John Myung baixista do Dream Theater, além de Ron Jarzombek e Glenn Snelwar). E mesmo assim o album tem apenas um par de faixas que podem ser qualificadas como metal ("Rivers Dancing" e "Singularity"). O resto todo cai no estilo de guitarra de tipos como David Torn e Robert Fripp. "Galois" abre o set com um plano de fundo sedutor. "Code/Anticode" é o principal destaque do album, um inteligente rock progressivo com com uma sólida seção rítmica e uma cativante melodia modal. "Reflections" consegue fazer um ameaçador verso de metal e um refrão de violão clássico andarem de mãos dadas como dois namorados. "Srikara Tal" e "Redemption´s Way" trabalham como uma base de solo sobre um fundo de percussão levemente norte-africana. Elas parecem um pouco extensas, mas o trabalho de guitarras adornando-as vale a longa duração. O album finaliza com "Grace", uma delicada balada tocada no Chapman stick que dissolve-se em paisagens sonoras que leva os ouvintes de volta ao ponto de onde começaram. Se não fosse por uma duas faixas super extensas e auto-indulgentes, este album seria uma obra prima. Do jeito que é, ainda merece atenção de qualquer fã de guitarra.
Technical and beautiful music.

Bruford - Feels Good to Me


Este é o primeiro registro solo do baterista Bill Bruford depois da morte do King Crimson. "Feels Good to Me" vai bem além dos usuais conceitos do prog da época, e entra completamente nas estruturas de composição e dinâmicas de improvisação do jazz. Aqui ele cerca-se de vários parceiros da cena de Canterbury; os guitarristas Allan Holdsworth (Soft Machine e Tony Williams´ Lifetime) e John Goodsall (Brand X), o baixista Jeff Berlin, o tecladista Dave Stewart e o excepcional tocador de flugelhorn da ECM Kenny Wheeler. Ele também recrutou o enigmático talento vocal da poetisa, cantora e compositora Annette Peacock.
A abertura, "Beelzebub", vem com um furioso trabalho de staccato. Holdsworth troca compassos com Bruford e Berlin executa linhas de baixo em loop enquanto Stewart pinta o quadro no orgão e no sintetizador. Amarra-se e pára de repente antes de cair em um belo solo de Holdsworth  resumindo-se em um reagrupamento e retomada do tema. "Back to the Beginning" apresenta uma das quatro performances vocais de Peacock. É um som jazz; funkeado, sincopado, pesado e carregado liricamente em groove e métrica. É uma música sobre vícios, e dado o tratamento suntuoso de Peacock, é difícil dizer se são químicos, materiais ou sexuais. A banda tenta bastante trabalhar atrás da cantora mas não consegue deixar de ofuscá-la.
Na de duas partes "Seems Like a Lifetime Ago", a esquizofrenia musical toma conta. Após uma colorida inrodução pastoral, Peacock aterrisa belamente através da letra de Bruford sobre solidão e divagação acompanhada por um lindo solo de Wheeler. A "Part Two" começa com o estribilho dela e a banda decolando para partes desconhecidas. Ritmos funkeados complicados chamam a guitarra de Holdsworth direto para cima da bateria frenética de Bruford. Eles desafiam-se dinamicamente enquanto o resto da seção rítmica dança nervosamente ao redor deles. Holdsworth finalmente toma a frente e toca um solo nada mais que fascinante, dando espaço para uma retomada do tema e Bruford abrindo a estrutura harmônica trazendo-a para um fechamento transcendente dois minutos depois. As seis instrumentais do album são certeiras: englobam quebradas de improvisação aos limites dos padrões composicionais ao invés de vice-versa. A mais bela, "Either End of August", apresenta Stewart e Wheeler tocando solos não usuais porém melódicos que casam uns com os outros enquanto o resto da banda luta para deixar o drama fora da música. Eles não têm sucesso completo nisso e a faixa fica ainda melhor com isso.
O set fecha com "Adios a la Pasada", uma colaboração entre Peacock e Bruford. É o tema favorito de Peacock: sair de uma relação de amor perdido e ainda assim manter o coração aberto depois. A abertura é morna e estranha, vestida com teclados sussurrados e o baixo assombrando cada palavra da artista. Então Bruford majestosamente lidera a banda, fluindo para dentro do coração da letra dela,  "What it is/Is this/Is what it is/Forgive yourselves/Release yourselves from the past." A música abre uma completamente nova dimensão sonora, como se a história, musical e emocional fossem reescritas. E foram. É difícil dizer se Bruford lançou mais algum registro solo tão poderoso quanto "Feels Good to Me".
A terrific debut by Bruford.