Enewetak - Onward to Valhalla


Eu sei o que você deve estar pensando. Olhando para essa capinha viking bundeira. Barquinho pegando fogo e talz, e esse nome aí. Mais uma banda esquecida de black metal norueguesa , certo? Enewetak deve ser alguma deidade suméria obscura, e esses caras devem usar corpse paint e tocar teclados, certo?
Errado! São uns caras hardcore comuns de Orange County, CA, eles não tocam teclados e não falam de diablitos e bobeiras similares. Eles parecem bastante com Dystopia. Bastante. Considere clone ou não, a banda é bem legal. Brutal hardcore.

Bleeding Through - Bleeding Through


Em um primeiro momento, talvez o Gallows tenha ido muito longe quando incorporou passagens orquestrais completas no seu segundo album, "Grey Britain" de 2009. Uma coisa é ter ambição, outra coisa é comprometer a potência que fez seu nome em primeiro lugar porque você tinha orçamento para colocar uma seção de cordas por uma tarde. Então quando o sexto LP de estúdio do Bleeding Through abre com uma instrumental, "A Resurrection", os sinos do alarme começam a tocar.
Mas os híbridos de hardcore-metal de Orange County não seriam os que iriam manchar seus nomes sem uma boa razão, e a intro é só uma cortina de fumaça para a porradaria de "Anti-Hero". Quando a primeira estrofe de um album é “I want to suffer, I need to feel the pain and discontent”, o ouvinte pode ficar sossegado de que o que está por vir não é música clássica ou intelectual. "Anti-Hero" é uma abertura furiosamente agressiva, com riffs à la Slayer o sexteto descamba em um trabalho que a crítica aclamou com razão. Para quem gosta de música feroz, um prato cheio.
Depois de dez anos fazendo turnês e gravando, enchendo desde muquifos até chegar em lugares maiores, pode-se dizer que o Bleeding Through chegou a um tipo de contentamento. Os fãs estão lá, os discos vendem, trabalho feito. Mas a passagem do album anterior, "Declaration" de 2008, até este foi uma barra após o grupo separar-se do selo Trustkill. Antes do lançamento atrasado de "Declaration", o vocalista Brandan Schieppati encorajou a galera a "piratear" o album o máximo que pudessem. Olha a raivinha do indivíduo. Essa confusão toda também teve baixas para a banda, que perdeu o guitarrista Jona Weinhofen para a banda britânica de metalcore Bring Me the Horizon.
Para falar a verdade, aqueles não familiarizados com a natureza dramática do Bleeding Through e sua bem sucedida fusão de metal com hardcore, e também agora elementos de black e coisas mais, pode acabar escutando só barulho. O que destaca o grupo são complexidades cacofônicas que demandam respeito, uma fórmula que eles conseguem manter sem perder o foco.


No Use for a Name - Incognito


Primeiro album da banda lançado em 1991 pela New Red Archives. "Incognito" foi uma porrada hardcore com punhos cheios de metal. Naquela época o grupo era um trio composto por Tony Sly, Rory Koff e o baixista Steve Papoutsis. As melodias estavam no melhor, os ritmos eram empolgantes, a atitude raivosa e a atmosfera ameaçadora. Na parecida com Neurosis, "It Won´t Happen Again" eles estavam absolutamente ameaçadores, um grito distante do som que eles fazem agora. No entanto, há pistas da direção que tomariam no futuro. "Truth Hits Everybody" (cover de The Police) por exemplo, é rápida e furiosa em relação ao original, com uma melodia contagiosa e um refrão pegajoso. Os produtores Brett Gurewitz e Donell Cameron deram ao album todo um brilho, aparando as arestas e dando ao grupo um sentido mais coerente do qual a banda tinha na época. No Use for a Name ainda tinha um longo caminho a seguir, nesse ponto eles estavam mais para metal do que punk. Coisa que mudou e muito.

Mimi´s Art - Baixo


O baixo do Mimi explodiu na cara dele. Neste momento estava cortando o beiço dele fora.


Foo Fighters - Greatest Hits


Quase 15 anos depois de seu album de estréia, Foo Fighters lançou seu primeiro "Greatest Hits", uma retrospectiva de 15 faixas (16 se contar com a versão acústica de "Everlong") cobrindo seus seis albuns de 1995 a 2007. "Greatest Hits" não foi arranjado cronologicamente, o que não é um detrimento. No máximo, pulando e voltando nos anos só prova ainda mais o quão consistente os Foos foram, sempre mandando um rock direto com refrões pegajosos e bem sacados. As únicas exceções à regra são as duas faixas lo-fi "Big Me" e "This Is a Call", com "I´ll Stick Around" sendo uma inexplicável omissão nesta compilação ("Walking After You", "DOA", "Stacked Doctors" e "No Way Back" também ficaram de fora) as duas faixas são do album de estréia de 1995, quando a banda era só Dave Grohl gravando em casa. Tirando esses dois sons, o resto é todo muscular e potente rock moderno, coisa que os Foo Fighters quase que patentearam, com tamanha consistência que dá impressão dos albuns se misturarem, o que resultou em uma poderosa coletânea de sucessos.

Pink Floyd - Meddle


O Pink Floyd finalmente emergiu da fase "Atom Heart Mother" aqui, um período que parecia estagnado no crescimento musical deles, marcado por constante indecisão criativa. Eles tentaram mascarar isso colocando uma série de efeitos sonoros subliminares no LP "Atom Heart", e arrastando também ao vivo uma orquestra de metais para seus shows. Nada disso pareceu dar certo. Em "Meddle" o guitarrista David Gilmour não só confirma-se como a verdadeira força motriz da banda, mas o grupo todo deu sinais de voltar nos trilhos do crescimento mais ma vez.
A primeira faixa, "One of These Days" mantém-se na fórmula usual do Floyd (efeito sonoro, orgão, guita cria aquele clima depois cai no clímax), mas cada segmento da música é tão bem feito e a coisa toda converge tão perfeitamente que o resultado não tinha como ficar fraco, é uma abertura empolgante para o album. Em seguida, temos uma série de baladas viajantes como "Pillow of Winds", e a circense "San Tropez". Obviamente com uns efeitos loucos ao fundo. "Fearless" tem uma grande sacada com a inserção da clássica inglesa "You´ll Never Walk Alone" de Rodgers & Hammerstein nela, a famosa música da vitória da final da Copa Wembley. "Seamus" é o ponto baixo do album com um pseudo-blues bem chato.
"Echoes" é uma extravagância aural do Pink Floyd que toma o lado B inteiro no antigo LP, recaptura em uma nova montagem musical, alguns dos velhos temas e linhas melódicas dos albuns anteriores.
No geral "Meddle" foi outro clássico do Floyd, ainda difícil de superar.
Good music from the past.




Misery Signals - Controller


Com o lançamento de seu terceiro album, "Controller", no verão de 2008, Misery Signals de Milwaukee, mandou sua contribuição para o resto da cena metalcore, na saúde ou a doença, enquanto a cena gradualmente perdia popularidade para... quem se importa? E quem se importa mesmo, ambos o grupo ou os fãs podem perguntar, tratando-se de um sub-gênero desses. Apesar de tudo, "Controller" cumpriu até que relativamente bem sua tarefa no que se propôs. Com faixas típicas metalcore como "Nothing", "Labyrinthian", "Set In Motion" e "Homecoming" a coisa toda fluiu como deveria. Algumas vezes dá vontade que a banda relaxe um pouco, com o vocalista seguindo bem o instrumental por sinal, mas a falha de Devin Townsend como produtor aparece. Tudo ficou muito igual e previsível, tirando umas variações doidas estilo Meshuggah em "A Certain Death" e umas criações atmosféricas em "Coma" e "Reset", o resto todo é restrito e carece de nuances. O que dá uma certa pena é que os músicos são realmente bons.
Misery Signals parece bem senhor de seu destino aqui, mesmo que o estilo já não seja mais novidade alguma há tempos.
Average grade.



MIser S Contr vf0

The Number Twelve Looks Like You - Nuclear. Sad. Nuclear


Post de aniversário do meu amigo Caçula Demencis, para ele parar de escutar Raul um pouco.
Uma bela combinação de mathcore com grindcore, o Number Twelve Looks Like You aqui vem para irritar nerds e panacas em geral com um som maldito e maravilhoso.
Disco fodástico e compreensível para poucos.
Amazing album.