VA - Thrash Metal by Vf0


Coletânea de thrash metal de fim de ano do vf0.
Um apanhado geral com Megadeth, Exodus, Slayer, Dark Angel e assim por diante...
Apreciem, quebrem a casa, divirtam-se.
Qualquer sugestão, crítica ou seja lá o que for, usem o chat box da direita ou comentem aqui embaixo.
Metal motherfuckers!!!!

As pessoas que não gostam de metal em geral insistem que todo metal é nada mais que poluição sonora para incansáveis adolescentes rebeldes, mas qualquer um que faça essa afirmação está seriamente desinformado. Existem muitos tipos diferentes de metal, assim como há diferentes tipos de jazz, blues, country e hip hop. E o metal teve numerosos artistas que por suas intensidades e agressividades, conseguiram mesmo assim serem altamente musicais, melódicos e intrincados. Isso é verdade para todos desde Iron Maiden e Metallica até Neurosis, e até mesmo algumas bandas no campo do death metal e black metal são relativamente melódicas (existem até sub-gêneros como melodic death metal e symphonic black metal). Mas o metal tem suas bordas externas, onde você encontrará os ferozes sons do Red Chord. "Clients", o segundo album desses residentes de Massachusetts, não pretende ser nem um pouco sutil. Combinando grindcore com death metal e metalcore, "Clients" é uma porrada de CD. Pancadaria sem perdão. Entre os vocais de Guy Kozowyk (que combina os guturais de death metal com os gritos do metalcore), Red Chord usa de máxima intensidade, e suas frequentes mudanças de tempo (que são feitas de uma maneira nervosa e espástica), fazem de "Clients" um exercício em assalto sensorial incondicional. Albuns desse extremo não são para qualquer um. Esse tipo de metal assim como free jazz, dancehall e alguns tipos extremos de techno, é um gosto que se adquire com o tempo. Aqueles que possuem gosto para metal extremo vão achar "Clients" muito bom e dentro dos padrões extremos este disco foi um tiro certo para essa turma de Revere.
Interesting band.

The Black Dahlia Murder - Deflorate


Muitos ainda têm uma visão antiquada do metal como um mundo bizonho, marginalizado e de estética retardada. Ainda, em verdade, sua jornada através do século 21 deu algumas guinadas estranhas e decisivas.
O death metal agora joga em dois campos, dividido por uma brecha de gerações ainda frequentemente co-existindo nos mesmos shows em uma espécie de trégua delicada: molecada da moda cheia de tatuagens de um lado, veteranos calejados em camisetas do Death ou Deicide firmes do outro. A linha divisória entre o deathcore e o death metal fica um tanto confusa às vezes, porém alguns indivíduos já dão um tom de separação em suas palavras e atos, nos shows ou até pela internet.
Para os ainda confusos sobre tudo isso, temos ainda o The Black Dahlia Murder pela frente. Essa trupe feiosa de Michigan, através de seus três albuns anteriores, conseguiu angariar fãs de ambos os lados do campo, simplesmente com sua máquina assassina de metal.
Como muitos albuns de metal marcantes daquela década, "Deflorate" bebe muito da fonte dos escandinavos At the Gates, particularmente pelo clássico "Slaughter of the Soul". A carta na manga do Black Dahlia Murder é sua habilidade de canalizar influências desde o death metal sueco, hardcore, thrash e metal tradicional em uma tempestade feroz hiperativa que miraculosamente equilibra-se tecnicamente com todas essas nuances.
Não há trégua nos 33 minutos massacrantes de "Deflorate", uma torrente de riffs malvados, solos dilacerantes e vocais gritados alternados com guturais. E mesmo que tudo isso esteja ficando ultrapassado, o que eles estão fazendo aqui é justamente pisar em qualquer nova tendência. Uma intensa experiência em death metal.
Plain brutal!

As I Lay Dying - An Ocean Between Us


O As I Lay Dying lançou seu disco de número quatro com o novo baixista Josh Gilbert, que entrou no lugar de Clint Norris (que deixou a banda para se casar e sossegar na vida). "An Ocean Between Us" veio com alguns aspectos latentes no som da banda: o hardcore violento continua no centro do som, assim como o par de guitarras de Nick Hipa e Phil Sgrosso. Tim Lambesis ainda é aqui o behemot gutural que sempre foi, mas Gilbert agora coloca vocais melódicos em alguns refrões, dando uma dinâmica maior ao som mesmo que custasse um tempo para os fãs se acostumarem com isso. "Forsaken" deve ter sido o maior choque, com seu sua puramente melódica porém majestosa introdução de metal clássico. A fúria aparece, com certeza, mas não antes de um minuto inteiro, e os riffs de abertura soam como pedaços do LP "Ride the Lightning" do Metallica. Quando chega no refrão, com Gilbert cantando melodicamente, chega quase a confundir. Há alguns outros momentos característicos no album, como a faixa título, que despeja puro peso. "Wrath Upon Ourselves" agrada os mais céticos com um peso animalesco e mesmo os vocais melódicos do refrão não soam tão chabi aqui. Mudança é inevitável na música assim como em todo o resto. Os elementos que fizeram As I Lay Dying tamanho sucesso metálico continuaram aqui, a base do som da banda. O que pode-se concluir deste disco é que: os membros do As I Lay Dying compreendem que o progresso é necessário para satisfação e sobrevivência. As composições deste album são de primeira linha, mais sofisticadas e ainda assim nada pretenciosas. No final essa nova textura que colocaram no som de um novo ar para a banda e para os fãs também.

Zao - The Funeral of God


Mesmo que a banda Zao seja conhecida por lançar uns albuns de metalcore bem medianos, "The Funeral of God" é definitivamente um dos melhores retratos do gênero todo. Simplesmente coloca de uma forma bacana essa onda de pseudo metal cristão (pode inverter a ordem de pseudo, metal e cristão que dá no mesmo) que ainda rolava, além do ainda saía também do metal padrão da época. Aquela repetição padrão dos breakdowns foi deixada de lado, as progressões de cordas são realmente criativas e os refrões são pegajosos no bom sentido.
Desde que o album saiu em 2004, um pouco antes de todo mundo achar que a banda ia dar uma de Norma Jean e lançar só mais um disco para ganhar uns trocos, "The Funeral of God" soa bastante criativo porque não deixou-se cair nas mesmices do estilo. Foi um album bem inovador que muitos imitadores falharam em recriar. Até mesmo Zao, nunca mais lançaram nada parecido com este album aqui.
A fusão de cordas limpas jazzísticas na fórmula é um detalhe bem bacana que o metalcore raramente vê. Faz com que as partes mais leves soem como boa música ao invés de "aquela parte menos pesada lá". É um dos estilos de escrita musical mais inovadores que pode-se encontrar nesse tipo de música, mesmo que o estilo do vocalista seja esse garganta rasgada monótono, você tem que admirar as estruturas musicais não ortodoxas das composições. Nada de "Metal By Numbers" aqui.
A última faixa, "Psalm of the City of Dead" poderia até ser colocada em um disco do Smashing Pumpkins com uns pianinhos a mais. Não é pretenciosa e também não mais uma faixa "Outro" ou estilo aquelas faixas escondidas que bandas como Dead to Fall não sabem o que fazer com os 40 minutos que sobraram lá. A participação especial do vocal feminino e as letras sombrias são meio forçadas, mas o som cresce em você depois de uma segunda escutada e a bizonhice acaba passando desapercebida (não se preocupe, não é que nem a Hayley Williams do Paramore quando apareceu em "The Fiance").
Zao é geralmente subestimado na cena metal e onde quer que eles ficassem conhecidos, ganharam uma reputação de banda medíocre. Meu conselho, nem escutem o resto da discografia deles, porque é medíocre mesmo. Caso achem o "Funeral of God" em alguma loja para vender comprem, metal pseudo cristão cheio de surpresinhas. Além do mais que então você pode entender a historinha do disco, que como album conceitual, fala sobre Deus ter se enchido da humanidade e vazado, a manolagem aqui na terra se quebra na porrada obviamente e depois ficam pedindo pra ele voltar.


CD porrada dos ativistas de Pittsburgh, Pennsylvania, um som complexo e não ortodoxo.
Combinando uma espécie de techno-libertário com um grindcore feroz eles deixariam qualquer banda de mathcore orgulhosa aqui.
Infelizmente, as faixas de "Critical Art Ensemble" ficaram um pouco pedantes. "Micro-Consuming Machines" encaixa em mais ou menos 3 minutos um riff mid-tempo malvadão caindo em um massacre tortuoso no final. "Gameboy" com sua bateria engasgada e guitas estilo serra-elétrica circulares são um protesto para a revolução robô proletária.
O encarte do CD, vem com um livreto em várias línguas que mostra como hackear os velhos cartuchos de Gameboy para instalar softwares mostrando os prazeres do sexo e masturbação, no maior estilo subversivo, porém doente demais.




Album de despedida da banda bem legal, daqueles que parece acabar rápido demais e você tem que tocar ele de novo. Uma pedrada na orelha.
As músicas falam de política e as frustrações do dia-a-dia.