Quando "New Chautauqua" de Pat Matheny apareceu pela primeira vez em 1979, era seu terceiro album pela ECM, e foi aclamado principalmente pela força de sua faixa título, uma dança folk eufórica, acelerada, com várias camadas de seis cordas e baixo. Seus dois lançamentos prévios pelo selo, "Bright Size Life" e "Watercolors", apresentaram-no em companhia de outros músicos. Ambos caíram nas graças da crítica e venderam bem em cidades universitárias pelos Estados Unidos e Europa. Mas este volume foi seu primeiro verdadeiro album solo em que tocou todas as cordas na gravação. Ao mesmo tempo bem indicativo da marca registrada de Metheny o título seguia a mesma linha, o resto foi um completo choque para os fãs. Ele é bem esparso, amplo e bem contemplativo. Produzido por Manfred Eicher, "New Chautauqua" foi, na época, bem mais indicativo de um som da ECM do que do guitarrista. Em um retrospecto do século 21, essa impressão prova-se errada. Reconsiderando o album sobre seu relançamento em 2008 como parte do orçamento das séries da Touchstone, ele soa mais como uma extensão da complexa e variada personalidade musical de Metheny do que qualquer coisa. Seu grande débito com guitarristas desde Jim Hall e Pat Martino na faixa título e em "Daybreak", diminui, e fica mais balanceado pela sensibilidade melódica impressionista no estilo Paul Bley e Jimmy Giuffre em "Long Ago Child / Fallen Star", depois John Lennon e Paul McCartney em "Hermitage", por fim seu mentor Gary Burton em "Sueno con Mexico". Este é um album bem gentil e contemplativo mas há tanto acontecendo por debaixo da superfície nas seis, 12 e quinze cordas fora o baixo, que a audição torna-se quase indutora de transe. Se algum dos primeiros albuns de Metheny merece ser reconsiderado, bastante coisa pode ser dita sobre o esqueleto deste morto aqui, uma bela obra.
Mellow Metheny.
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